Prevenção de abusos sexuais é prioridade
A questão da formação sobre prevenção da exploração e do abuso sexual em Angola deve ser uma das prioridades da sociedade civil, devido ao crescente número de casos registados nos últimos anos, defendeu, há dias, em Luanda, o gestor internacional de operações do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA).
Para Diego Ribeiro Alves, o tema deve ser debatido com mais frequência, por forma a educar melhor a sociedade sobre o assunto. Neste âmbito, o UNFPA, disse, tem realizado regularmente palestras de sensibilização, tendo a última decorrido este mês na Galeria dos Desportos, em Luanda, sob o tema: “Treinamento aos parceiros de implementação sobre a prevenção do abuso e exploração sexual.”
Durante o encontro, que serviu para sensibilizar principalmente os parceiros da UNFPA sobre esta questão, foi ainda lançado um alerta para os riscos e as consequências da violação dos direitos sexuais, em especial dos menores de idade.
O gestor criticou ainda o crescente número de casos relacionados ao abuso, de qualquer natureza, em especial os sexuais, praticado contra menores. “Geralmente, o agressor é um membro da família ou um conhecido e isso deixa marcas muito fortes na vítima”, explicou.
Os participantes receberam ainda informações detalhadas, sobre quando e como podem saber se estão perante um caso de violação, assédio ou abuso sexual.
“A exploração é a relação de mercantilização, onde o sexo é o fruto de uma troca, seja ela financeira, de favores ou presentes. Essa exploração pode-se relacionar a redes criminosas mais complexas e envolve um aliciador, que lucra intermediando a relação da criança ou adolescente com o cliente”, aclarou.A Organização Internacional do Trabalho, continuou, também critica práticas do género e deve ser uma medida a ser adoptada por muitas outras instituições, sem serem as do género.
“É uma luta de todos”, disse, acrescentando que ela não pode ser vista apenas do ponto de vista dos menores, mas de todas as camadas sociais mais frágeis.
Um dos objectivos da UNFPA, realçou, é formar a sociedade e educá-la a combater e desencorajar essas práticas negativas. “Através destas acções, vamos criar uma rede forte e articulada que, no futuro, vai ser um recurso importante no apoio ao Executivo angolano e seus parceiros nesta luta.”
A formação, que começou em 2018, serve também para dotar os parceiros do UNFAP de ferramentas adequadas para o combate a esse fenómeno. A ideia da organização é incentivar a denúncia de casos do género e desenvolver mecanismos mais fiáveis para a eliminação do problema.