A renovação justa da série de ficção
Agora não são apenas os “bons homens” que se vestem de preto. As boas mulheres também. E dão amostras de que estão prontas a liderar o futuro e desafiar todas as probabilidades para se imporem num mundo onde antes estavam num lugar secundário
Revigorante. Inovador e simultaneamente original. A dose certa de uma boa sequela. Estas são todas as definições, capazes de descrever em detalhes o quarto título da série “Homens de Negro: Força Internacional”, que agora traz, pela primeira vez, uma mulher como protagonista.
Pelos vistos o actor Will Smith (que durante anos foi o rosto de cartaz dos filmes) estava errado. Afinal não são apenas “os bons homens” que vestem de preto. As boas mulheres também. E a actriz Tessa Thompson deixou bem claro isso.
A introdução, pela primeira vez, de uma mulher na história é um marco significativo numa produção, que sempre procurou se adaptar as mudanças sociais e ao contexto histórico da sua época. No ano do lançamento do seu primeiro título, em 1997, vimos um actor negro (Will Smith) ganhar protagonismo e a impor-se como referência no mundo da sétima arte, numa época em que a descriminação ainda se fazia sentir.
Agora é a vez das mulheres liderarem a série. E pelos vistos a promessa é de seguir em frente, pois ficamos com a ideia (no final do filme) que vêm aí o quinto “Homens’ de Negro” e com uma mulher, novamente, como a protagonista. Uma contradição até mesmo ao próprio título. Mas uma resposta adequada e actual a “emancipação” e ao protagonismo da mulher moderna.
“Homens de Negro” é o filme de acção moderno, que consegue manter a temática original da produção (já que a história contínua a girar em torno da agência de controle e combate de actividades extraterrestres na Terra) e acrescentar as “pitadas” certas de novidade.
Essas alterações não se devem limitar apenas à introdução de uma mulher, mas também no cenário em si (agora temos Paris e a agência de Londres no centro da narrativa antes limitada aos EUA), ou no desenrolar da história (que agora traz romance entre alienígenas e humanos). É uma porta nova, que abre horizontes maiores ao desenvolvimento deste filme, que também passa uma mensagem positiva quanto ao respeito pela diversidade de espécies e a liberdade de pensamento.
Talvez o segredo para esta renovação justa (ao contrário do que se esperava, pois muitos acreditavam que fosse ser mais uma sequência fútil e repetitiva, como aconteceu com outros filmes) esteja no “entrosamento” entre os protagonistas, uma vez que os dois (Chris Hemsworth e Tessa Thompson) já tinham mostrado essa mística em “Thor: Ragnarook”, onde interpretaram Thor e Valkiria.
O filme é a premissa certa para quem é fã da série ou pretende ver uma produção renovada, mesmo sendo um dos títulos mais antigos do cinema. “Homens de Negro” é recomendável e nos dá a sensação de querermos ver já a próxima história.