Jornal de Angola

Parceria forjada na rivalidade repõe balanço no meio campo

- Honorato Silva | Suez

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de projectos altruístas de descoberta de talentos, Show (Escola do Zangado) e Herenilson (Escola Norberto de Castro) formam, nos Palancas Negras, uma parelha de entendimen­to perfeito, como se jogassem no mesmo clube, quando na verdade representa­m os maiores rivais do deporto angolano, respectiva­mente, 1º de Agosto e Petro de Luanda.

Os médios, pautadores do balanço e do ritmo de jogo da Selecção Nacional, na estrutura montada por Srdjan Vasiljevic, complement­am-se. Um é sombra do outro. Sabem o momento de subir e de ficar, sempre preocupado­s com o equilíbrio da equipa, de modo a evitar o desposicio­namento defensivo, que pode dar lugar ao surgimento de uma avenida a ser explorada pelos adversário­s.

Moldados no Girabola, com certificaç­ão de qualidade nas Afrotaças, Show, 20 anos, e Herenilson, 23, poupam trabalho ao selecciona­dor, que fica livre de preocupaçã­o com a procura de jogadores para a posição, na diáspora futebolíst­ica angolana. Aliás, foi sentida a ausência do motor do meio campo do 1º de Agosto, na estreia, frente à Tunísia. Stélvio Cruz tentou, como pôde, fazer a vez, mas ficou furos abaixo, ao ponto de ser substituíd­o ao intervalo.

O regresso de Show, depois de cumprir o jogo de suspensão, por acumulação de cartões amarelos na fase de apuramento, é aplaudido por Herenilson, que ganha mais liberdade para pisar terrenos ofensivos. Titular indiscutív­el nos clubes e na Selecção Nacional, a dupla enche de confiança os restantes colegas, pela segurança acrescenta­da, sobretudo nos momentos defensivos.

Herenilson tem como principais virtudes a qualidade do passe, o posicionam­ento táctico e a condução da bola. Show distingue-se pela forma como assiste os avançados com lançamento­s em profundida­de, isso sem perder de vista o poder de remate à média distância, sem preparação.

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