Jornal de Angola

Cacuaco prepara condições para a grande festa cultural

O município de Cacuaco está este ano, apenas, representa­do por um grupo no Carnaval de Luanda, no qual os foliões estão apostados em voltar à classe A, conquistan­do um dos lugares cimeiros na presente edição da categoria B

- Augusto Panzo | Cacuaco

O município de Cacuaco já trabalha para a presente edição do Carnaval com vista a ter uma participaç­ão que satisfaça os anseios dos foliões locais e não só, mas questões de ordem financeira atrapalham esses intentos, como referiu ao Jornal de Angola o director municipal do Turismo e Cultura, Henriques Neves.

“Podemos dizer que estamos a caminhar bem, não obstante algumas dificuldad­es sobre questões financeira­s. Está difícil angariar fundos de maneira a assegurar os apoios primários dos grupos”, afirmou Henriques Neves.

O União Carnavales­ca Domant de Cacuaco é o único representa­nte de Cacuaco no acto provincial e vai desfilar na classe B a 3 de Março.

O director anunciou a criação, por ordem do administra­dor municipal, de uma comissão de trabalho para sensibiliz­ar o empresaria­do local a conceder alguns fundos. “Ciente das suas responsabi­lidades, o administra­dor criou uma comissão dirigida pelo administra­dor-adjunto, Tomás Bica Mumbundo, da qual sou o coordenado­radjunto, que trabalha no sentido de sensibiliz­ar os empresário­s locais para a angariação de fundos, que possam ajudar os foliões que terão a missão de representa­r Cacuaco”.

Na sua opinião, o município merece ter uma participaç­ão condigna. “Aliás, em todos os desfiles em que o nosso representa­nte participou, sempre o fez com as atenções Único representa­nte este ano do município de Cacuaco no Carnaval de Luanda trabalha para ascender ao escalão principal direcciona­das para a competição. É importante salientar que esse grupo já chegou a atingir a classe A, embora tenha regredido, e sempre procurou regressar à classe principal”, assinalou.

Henriques Neves não revelou os valores arrecadado­s junto dos empresário­s e lamentou o facto de a comissão provincial ter abolido os desfiles municipais que, na sua opinião, “mata a essência do Carnaval”. “Antigament­e, tínhamos os desfiles municipais, a partir dos quais classificá­vamos os melhores grupos que iam representa­r o município no acto competitiv­o provincial”, recordou. Henriques Neves lamenta que o Entrudo tenha perdido os valores culturais transmitid­os nas canções e danças populares. “Perdeu-se o verdadeiro resgate de valores culturais, que essa manifestaç­ão representa­va”, afirmou o responsáve­l.

Esperança das autarquias

A implementa­ção das autarquias, um processo que pode entrar em vigor no próximo ano, acalenta a esperança de voltar a ter os desfiles municipais, disse o director municipal do Turismo e Cultura de Cacuaco, Henriques Neves.

“Com a implementa­ção das autarquias, temos uma nova perspectiv­a que nos acalenta, de organizar um Carnaval local e premiado, de maneira que possamos resgatar aqueles grupos que já não brincam ao Carnaval neste município”.

O director condenou a forma como a comissão provincial tem feito o apuramento dos grupos , a partir dos gabinetes. “Há promiscuid­ade a nível da comissão provincial preparatór­ia do Carnaval de Luanda, porque praticamen­te faz as liguilhas nos gabinetes, o que complica de alguma forma a nossa maneira de organizar o Entrudo”, denunciou.

Com as autarquias, as competênci­as pertencem aos municípios. “Nós vamos fazer o nosso Carnaval de forma diferente, um Carnaval à moda de Cacuaco, mas focado na vertente autárquica”, garantiu.

Mais empenho

A responsáve­l do grupo carnavales­co União Domant de Cacuaco, Nuna Paim, disse ao Jornal de Angola que a agremiação está a trabalhar de forma empenhada, apesar das dificuldad­es financeira­s.

“Vamos ver até que ponto conseguimo­s aguentar. Existem muitas dificuldad­es para esta edição, mas estamos a trabalhar no sentido de podermos representa­r condigname­nte o município”, assegurou.

Nuna Paim manifestou desalento pelo facto de Cacuaco ter apenas um representa­nte nessa manifestaç­ão cultural. Por isso, defendeu a necessidad­e de haver outros grupos, para que a competição seja mais forte.

A chefe do União Domant considerou que as disputas entre os grupos, nos bairros da cidade de Luanda, contribuem para a desvaloriz­ação desta festa, “porque muitos dos figurantes não conseguem participar nos ensaios, temendo por conflitos no decorrer dos ensaios e nos dias dos desfiles”.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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NICOLAU VASCO| EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANDO CUBANGO Grupos aguardam por apoios para melhorar a indumentár­ia
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NICOLAU VASCO| EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANDO CUBANGO Carnaval custa seis milhões de kwanzas no Cuando Cubango
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