Jornal de Angola

Partidos preparam estratégia­s eleitorais

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As direcções nacionais dos partidos espanhóis começaram a preparar a estratégia para as campanhas das várias eleições que se aproximam, nas quais a questão independen­tista catalã vai dominar os debates.

Ciudadanos não quer repetir acordos pós-eleitorais com o PSOE, de Pedro Sánchez, como o que assinou em Fevereiro de 2016.

Os dirigentes do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) desvaloriz­aram esta decisão do Ciudadanos, de Albert Rivera, de recusar qualquer pacto pós-eleitoral com os socialista­s.

Os dois partidos juntos poderiam aspirar a ter a maioria absoluta dos membros do Parlamento, numa espécie de coligação ao centro, mas a lógica das duas formações passa agora por tentarem liderar um dos dois grandes blocos possíveis, um de esquerda e outro de direita.

“Eles é que sabem se se sentem mais à vontade com os sociais-democratas (PSOE) ou com os ultradirei­tistas (Vox)”, disse o ministro do Fomento e secretário da organizaçã­o dos socialista­s, José Luis Ábalos.

O Ciudadanos tinha-se posicionad­o pouco antes contra qualquer possibilid­ade de um pacto pós-eleitoral com os socialista­s, insistindo que não é possível uma convergênc­ia com um partido que governou com o apoio dos separatist­as catalães.

“Está em jogo o futuro dos espanhóis e se queremos um Governo de novo amarrado aos partidos separatist­as”, disse a secretária para a Formação do Ciudadanos, defendendo que se acabe com um sistema em que se viu o PSOE e o Partido Popular (PP) a intercalar­em-se na chefia do Executivo espanhol nos últimos 40 anos.

Socialista­s e Ciudadanos chegaram a alcançar um acordo em Fevereiro de 2016, após as eleições de Dezembro de 2015, para eleger Sánchez, mas faltou-lhes o apoio de outras forças políticas e no final foi preciso repetir as eleições gerais. O Ciudadanos apoiou depois o Governo de Mariano Rajoy.

Os partidos espanhóis terão de decidir nas próximas semanas as listas de candidatos para várias eleições, a começar pelas legislativ­as de 28 de Abril e, menos de um mês depois, a 26 de Maio, para as municipais, regionais e europeias.

Novas eleições em menos de um mês

Num cenário político que evoluiu de um sistema bipartidár­io (PSOE e PP) para o actual multiparti­darismo onde nenhuma formação tem mais de 20/30 por cento dos votos, a política de alianças pós-eleitorais é essencial para assegurar a estabilida­de do futuro Executivo.

A formação de dois grandes blocos parece assim ser a solução que se desenha: um de esquerda, liderado pelo PSOE e com a coligação Unidos Podemos, outro de direita, onde tanto o PP como o Ciudadanos podem vir a liderar e que conta com o apoio do Vox (extrema-direita).

Numa intervençã­o na Junta Directiva Nacional do PP, Pablo Casado assegurou que a formação que lidera vai oferecer “moderação, como sempre”, mas não “submissão” face a uma esquerda que “prefere romper a Espanha.”

As últimas sondagens dão conta de uma vantagem do PSOE na intenção de voto dos espanhóis, com 25/ 30 por cento, seguido do PP, com 15/20 , com percentage­m semelhante, do Ciudadanos, e também do Unidos Podemos.

Depois das eleições regionais na Andaluzia, realizadas em Dezembro, a subida exponencia­l do Vox veio baralhar ainda mais o sistema partidário espanhol, avançando algumas sondagens que esta formação pode chegar aos 10 por cento dos votos, ou mais.

O resultado das eleições andaluzas pode assim repetir-se a nível nacional, com o PSOE a ser o partido mais votado, mas com os partidos de direita, no seu conjunto, a obterem a maioria absoluta dos lugares no Parlamento e a assegurare­m a governação do país.

Pedro Sánchez convocou na passada sexta-feira eleições legislativ­as antecipada­s para 28 de Abril, as terceiras em menos de quatro anos.

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DR Primeiro-Ministro espanhol convocou eleições antecipada­s

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