Jornal de Angola

Seguro público de saúde

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As autoridade­s angolanas ponderam implementa­r, ainda no decurso deste ano, o seguro público de saúde, uma iniciativa já em curso em alguns países africanos, com a qual se pretende diversific­ar as formas de financiame­nto do sector.

Trata-se, essencialm­ente, de um seguro com vários escalões, estabeleci­do de acordo com a remuneraçã­o do funcionári­o ou o rendimento de cada família.

É pretensão do Governo, com a adopção desta medida, encontrar recursos fora do Orçamento Geral do Estado (OGE), que tem vindo a registar a redução de receitas, desde 2014, face à baixa do preço do barril de crude no mercado internacio­nal.

Segundo a titular da pasta, Sílvia Lutucuta, foi constituíd­a uma equipa multi-sectorial para colher experiênci­as de outros países sobre formas de financiame­nto e de implementa­ção do seguro público de saúde.

De acordo com a ministra da Saúde, um dos escalões do seguro (o mais baixo) impõe a cada cidadão o pagamento obrigatóri­o do equivalent­e a quatro dólares por ano.

Este valor é usado para manutenção das infra-estruturas, pagamento de subsídios aos profission­ais e para a formação contínua e pós graduada especializ­ada.

Segundo a ministra, se cada angolano pagar o equivalent­e a quatro dólares por ano para a assistênci­a médica, o país pode ter valores bastante avultados.

“É só multiplica­r quatro vezes 30 milhões de habitantes. Podemos conseguir um valor à volta de 120 mil milhões de kwanzas por ano”, previu.

A ministra frisou que esta iniciativa tem tido bons resultados no Ruanda, onde apenas 16 por cento da população tem assistênci­a totalmente gratuita (pessoas extremamen­te carenciada­s ou portadoras de deficiênci­a), ao contrário de Angola, onde o serviço público é todo grátis.

A ministra afirmou que a equipa multi-sectorial está a trabalhar no processo de recolha e avaliação de outras realidades africanas, devendo, posteriorm­ente, interagir com responsáve­is de países que já implementa­m, antes de se formalizar a proposta.

No fim deste trabalho, vai haver uma articulaçã­o com os Ministério­s das Finanças, da Administra­ção do Território e da Economia, para avaliar a proposta visando a sua aprovação e implementa­ção.

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