Buhari “profundamente desapontado”
Muhammadu Buhari, mostrou-se ontem “profundamente desapontado” pelo adiamento das eleições presidenciais na maior economia africana, apelando à calma e considerando que o momento é “um teste ao caminho democrático” nigeriano.
De acordo com a agência Lusa, a declaração do Presidente nigeriano surgiu no momento que se dirigia à capital para ouvir as explicações da Comissão Eleitoral, horas depois de esta entidade ter anunciado o adiamento das eleições presidenciais por uma semana.
Buhari diz que a comissão “deu garantias, dia após dia e quase hora a hora, de que estava preparada para as eleições” e acrescenta: “Eu e todos os nossos cidadãos acreditámos neles”.
No comunicado, o Chefe de Estado apela à calma de todos, e pede à comissão para proteger os materiais de voto que já foram distribuídos, garantindo que o Governo não interfere no trabalho desta entidade encarregada de preparar e gerir as eleições.
Para Buhari, este é “um teste ao caminho democrático” no país.
A Comissão Eleitoral da Nigéria informou ontem que a eleição presidencial está adiada para 23 de Fevereiro devido a "desafios" não especificados, quando surgem informações de que os materiais de votação chegaram a todas as regiões do país. O presidente da comissão, Mahmood Yakubu, anunciou o adiamento quase cinco horas antes do início das eleições.
Yakubu disse que “foi uma decisão difícil de tomar, mas necessária para o sucesso das eleições e a consolidação da (...) democracia”. Em 2015, a Nigéria atrasou a eleição durante seis semanas, alegando então problemas ligados com a segurança.
Nestas eleições, os nigerianos escolhem o Presidente, os deputados à Assembleia Nacional e os governadores dos 36 estados do país, num escrutínio que se apresenta como imprevisível.
O vencedor das presidenciais vai governar nos próximos quatro anos um país com cerca de 200 milhões de habitantes, registo que é uma estimativa pouco firme do instituto nigeriano de estatísticas, já que o último censo oficial é de 2006.
Certo é que a Nigéria é o país mais populoso de África e o seu crescimento demográfico é um dos mais rápidos. De acordo com as previsões da ONU, a população nigeriana deverá alcançar os 410 milhões de habitantes até 2050, para se tornar no terceiro país mais populoso do mundo, atrás da China e da Índia.
O novo Presidente terá de enfrentar o imenso desafio do emprego para os jovens, sabendo que 87 milhões de nigerianos vivem abaixo do nível de pobreza extrema.