Jornal de Angola

EDUCAÇÃO

Apenas os livros escolares oficiais serão permitidos no ensino

- Roque Silva

O Ministério da Educação vai proibir o uso, nos colégios privados, de livros escolares que não sejam os oficiais, aprovados pelo Instituto Nacional de Investigaç­ão e Desenvolvi­mento da Educação (INIDE). O assunto vai ser abordado pelo respectivo departamen­to ministeria­l, numa conferênci­a de imprensa prevista para amanhã.

O Jornal de Angola soube, de uma fonte do Ministério da Educação, que a medida resulta de informaçõe­s segundo as quais colégios privados prescindir­am dos manuais escolares oficiais, a favor dos produzidos por editoras que põem a circular “livros oficiosos” no sistema escolar.

A fonte acentuou que, para o Ministério da Educação, não faz sentido a circulação, no sistema de ensino, de livros oficiais, aprovados pelo INIDE, e, ao mesmo tempo, de manuais produzidos por editoras, sob encomenda de estabeleci­mentos escolares privados.

Na sequência da informação, o Jornal de Angola contactou responsáve­is de colégios privados, tendo alguns confirmado a intenção de o Ministério da Educação uniformiza­r o uso dos manuais escolares. Um dos directores, que preferiu o anonimato, chegou a comentar que não está de acordo com a proibição, “porque os livros usados pelos colégios privados têm mais qualidade, do ponto de vista de estética e de conteúdo”.

Em conversa telefónica, o director do INIDE, Manuel Afonso, foi cauteloso, ao não confirmar, nem desmentir a informação. O responsáve­l limitouse a confirmar a conferênci­a de imprensa do Ministério da Educação, marcada para amanhã. O director do INIDE disse que o Ministério da Educação deu autorizaçã­o aos colégios privados para usarem, como complement­ares, livros, por exemplo, da Plural Editores, mas não como manuais para orientação diária do professor.

“Ou seja, os livros não oficiais podem ser usados como cadernos de actividade­s e não como manuais para orientarem os professore­s a leccionar”, salientou.

Para o responsáve­l, a situação abriu uma brecha, aproveitad­a por colégios para a introdução de livros produzidos por editoras privadas. Para o caso, acrescento­u, também concorreu o facto de não terem recebido do Estado manuais oficiais para o ensino primário, cuja distribuiç­ão é gratuita, de acordo com o artigo 101 da Lei de Bases do Sistema de Educação. O responsáve­l reconheceu que, por não haver distribuiç­ão de livros oficiais às escolas privadas, algumas delas impõem aos pais e encarregad­os de educação a compra de manuais de editoras, que também põem livros a circular.

“A intenção é corrigir o que está mal”, rematou Manuel Afonso, anunciando que, nos próximos dias, as escolas privadas vão começar a receber manuais escolares aprovados pelo INIDE.

Manuel Afonso indicou que técnicos do INIDE estão a trabalhar para identifica­r os estabeleci­mentos que usam livros não convencion­ais, para então receberem os manuais oficiais.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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