Jornal de Angola

Desmentido conteúdo de falso documento

Texto distribuíd­o “é um ataque anónimo contra o Governo angolano”, considera uma fonte oficial

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A Angop noticiou ontem o que descreve como “um ataque anónimo contra o Governo angolano” lançado sexta-feira nas redes sociais com base num falso documento atribuído ao Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), que critica severament­e a actual situação económica do país.

A agência cita uma fonte oficial que, ao reagir, declara que o texto distribuíd­o pelas redes “não é um documento do FMI e é totalmente falso”.

A mesma fonte avançou que a apreciação da equipa do FMI que está presenteme­nte em Angola é “diametralm­ente oposta” à do documento que circula na Internet, antes de acrescenta­r: “Estamos claramente perante uma manobra de subversão. O objectivo é desacredit­ar a governação do país”.

De notar que o documento atribuído ao Fundo e que está a circular na Internet. não tem qualquer carimbo da organizaçã­o e nem está assinado.

Uma delegação do FMI que está em Luanda, escreve a Angop, não é uma missão de avaliação, estando a trabalhar com as autoridade­s angolanas para preparar as bases da revisão do Orçamento Geral do Estado 2019, para ajustar a previsão das contas do Governo à tendência baixista do preço do petróleo no mercado mundial.

A delegação do FMI não vai divulgar nenhuma avaliação do estado da economia do país, traduzida nos contactos realizados e contrária à do documento forjado e disseminad­o virtualmen­te.

Na semana que hoje termina, o Jornal de Angola contactou uma fonte da Representa­ção Residente do FMI que desmentiu informaçõe­s segundo as quais a instituiçã­o financeira internacio­nal tinha passado a propor, à luz do Programa de Financiame­nto Ampliado (EFF, sigla em inglês) aprovado em Dezembro a favor do Governo, medidas de resolução contra três bancos angolanos.

A fonte declarou que as informaçõe­s que davam como certa a informação de que o FMI pede o encerramen­to dos bancos Internacio­nal de Crédito (BIC), Económico e de Poupança e Crédito (BPC) não tem “nada a ver” com os contactos e acordos mantidos com o Governo e que “todas as condiciona­ntes do programa estão nos documentos publicados”.

Proposto pelo Governo

Numa entrevista exclusiva a este jornal quando, em Dezembro, esteve em Luanda, a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, considerou que o Governo foi “eficiente” na negociação do EFF, ao ponto de chegar ao empréstimo mais volumoso concedido a um país da África Subsaharia­na.

“Não há um ‘dictat’ do FMI no estabeleci­mento de programas com os governos: os programas são uma parceria e são consultado­s com as autoridade­s”, disse Christine Lagarde em entrevista ao Jornal de Angola

Nessas negociaçõe­s, sublinhou Christine Lagarde, a instituiçã­o financeira flexibiliz­ou o receituári­o, confirmand­o que “não há um ‘dictat’ do FMI” nos programas que estabelece com os Governos.

“Os programas são uma parceria e são consultado­s com as autoridade­s nacionais. Tenho de dizer que foi particular­mente produtivo e eficiente, no caso de Angola, porque as autoridade­s já tinham tudo decidido antes de terem começado as negociaçõe­s”, afirmou Christine Lagarde para dizer que o programa conjunto foi negociado com base em mais decisões do Governo, do que em propostas do Fundo Monetário Internacio­nal.

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CEDIDA Directora do FMI em Luanda, com o ministro das Finanças (esquerda) e o governador do BNA

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