Morreu Frederico Ningi
A cultura nacional está de luto, com o falecimento, na segunda-feira, em Luanda, por doença, aos 59 anos, do poeta, fotógrafo e conhecido artista plástico Frederico Ningi.
O escritor Isaquiel Cori disse ontem, ao Jornal de Angola, que o artista plástico passou mal na portaria do Ministério da Defesa, instituição a que se tinha deslocado para tratar de um assunto pessoal.
Amigo de Frederico Ningi e da família, o escritor disse que Frederico Ningi caiu diante dos funcionários daquele ministério, no momento em que se preparava para apresentar o Bilhete de Identidade.
Afirmou que o mesmo foi prontamente socorrido e levado ao posto médico do ministério da Defesa onde fez um electrocardiograma e posteriormente transferido para a Clínica Girasol onde já chegou sem vida. “Nada mais foi possível fazer”, desabafou.
Isaquiel Cori disse que presume que o amigo tenha sofrido um AVC, porque até ao momento a família não havia recebido um documento médico que justificasse a real causa da morte.
Abalado com a morte de Ningi, que na passada quintafeira participou no funeral do escritor António Panguila, está o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos, que afirmou ao Jornal de Angola ter passado mal. “Não está a ser fácil gerir. Foram logo duas mortes de dois filhos da UEA”, disse Carmo Neto.
Poeta, jornalista, fotógrafo e artista plástico, Frederico Ningi nasceu em 1959, em Benguela. Fez formação média no Instituto Médio de Educação Física, mas a paixão pelo jornalismo levou-o a frequentar o Instituto Médio de Jornalismo, na época no Makarenko. Poeta da geração de 80, a sua poesia, fruto de uma postura iconoclasta, é caracterizada por um permanente jogo de letras e de palavras desestruturadoras da norma do português.
Frederico Ningi é um artista plástico reconhecido, o seu nome integra o Catálogo Internacional de Artistas Contemporâneos Africanos, publicado em França, sendo membro da União Nacional dos Artistas Plásticos e da International Writers and Artists Association. É também membro da UEA e escreveu os livros “Os Címbalos dos Mudos”, 1994, e “Infindos nas Ondas”, 1998.