CARTAS DOS LEITORES
Praias seguras
Escrevo para apelar a existência de praias seguras em toda a costa de Angola e de Luanda em particular. Penso que, se depender de todos, é possível tornarmos as nossas praias mais seguras. Com campanhas de sensibilização, educação e melhores práticas por parte dos banhistas, sobretudo na observância de regras seguras para se fazer ao mar, não há dúvidas de que podemos reduzir a zero a probabilidade de ocorrência de mortes por afogamento. Nunca é demais dizer que devemos afixar cartazes que esclareçam o estado das praias, a profundidade e sobretudo a sinalização dos locais proibidos para fazer praia. Há dias, foram amplamente noticiadas várias mortes por afogamento nas praias de Luanda, uma situação que pode ser sempre evitada. É bom que os nossos compatriotas, quando se estão a dirigir para a o mar, nunca o façam sem uma informação completa do estado das praias. O mar, como dizia o poeta, pode, em muitas circunstâncias, transformar-se em morte.
Na verdade, a palavra mar significa literalmente “kalunga”, uma realidade que devia ser também entendida no sentido do perigo que as águas salgadas representam para as pessoas.
Taxa da fortuna
Sou funcionário público e escrevo com todo o gosto para o Jornal de Angola. E começo por felicitar este diário que se transformou numa importante referência em termos de comunicação e jornalismo. O que me leva a escrever para este diário público é o que, em princípio, constitui tema de conversa entre especialistas e leigos.
A ausência de um imposto sobre as grandes fortunas ou património no regime fiscal nacional tem estado no centro das discussões de economistas e especialistas em matéria de finanças públicas. Escrevo por isso, para defender a necessidade de ponderar-se a referida taxa sobre as fortunas, como de resto ocorre nos países mais desenvolvidos. Numa altura em que o Estado precisa de arrecadar dinheiro, faz todo o sentido que as instituições fiscais deste país tenham na mira as grandes fortunas. Contrariamente ao que muitos defendem, não se trataria de tentativa de retirar aos que têm para dar a quem nada tem, mas apenas de corrigir o que está mal, partindo do princípio de que quem mais tem, em recursos, mais paga em impostos. Era bom que não se perdesse mais tempo com debates no Parlamento sobre essa possibilidade e se implementasse já, para se pôr fim a uma realidade que faz o Estado perder muito dinheiro. Para terminar, apenas apelar mais JOANA MARTINS Lobito
Morte do jornalista
Sou estudante de Comunicação Social e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar uma situação que faz manchete em todo o mundo: a morte até agora ainda não explicada do jornalista saudita. Segundo a imprensa internacional, Jamal Khashoggi, jornalista do Washington Post, foi assassinado no interior do Consulado Saudita em Istambul, capital da Turquia, onde o mesmo se tinha dirigido para tratar de assuntos pessoais.
Há uma grande reacção de repúdio em todo o mundo, o que é bom, mas não basta porque se trata de um precedente perigoso. Não se pode permitir que esse crime passe impunemente, numa altura em que há países que ameaçam o reino wahabista com sanções. E o que é facto é que a Arábia Saudita não consegue de forma convincente explicar realmente o que se passou, atendendo que já houve um desmentido sobre a eventual saída do jornalista. Ao contrário do que os sauditas dizem, o jornalista apenas entrou e não mais saiu.