Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- JULIANA COSTA Talatona ALVES GUILHERME Maria Teresa ARNALDO CONTREIRAS Lobito

Doenças crónicas

Sou octogenári­a e escrevo para o Jornal de Angola pela primeira vez para abordar um tema que tende hoje a ser recorrente. Quero falar sobre as doenças crónicas, aquelas que felizmente não são contagiosa­s e permitem às pessoas viver e conviver com elas ao longo da vida. As doenças crónicas começam a ganhar espaço na sociedade angolana, numa altura em que as autoridade­s que zelam pelo sector da saúde deviam., se calhar começar a ponderar a possibilid­ade de um tratamento diferente. Enfermidad­es como diabetes, hipertensã­o, reumatismo e outras tendem a ganhar já contornos que as coloca como problema de saúde pública. Os medicament­os e tratamento dessas doenças podiam merecer da parte das autoridade­s ligadas ao sector uma outra atenção e tratamento.

A iniciativa de isentar a medicação, como parece ter sucedido em tempos, é muito positiva na medida em que vai acabar por ajudar muitas famílias. Penso que houve já essa decisão, tomada pelo Presidente João Lourenço, para que medicament­os para doenças crónicas como as diabetes sejam isentas. Felicito por isso o Presidente João Lourenço.

Lixo em Luanda

A recolha de lixo na cidade de Luanda não reflecte ainda a capacidade da urbe controlar as elevadas toneladas de lixo que a província produz. Na verdade, a cidade possui apenas um aterro de referência e cuja capacidade parece estar já a rebentar pelas costuras, a julgar pela avaliação de especialis­tas ligados ao assunto. Luanda está a precisar de mais um aterro, pelo menos, para que a pressão sobre o existente, nos Munlevos, não atrapalhe os esforços de gestão e recolha em condições normais. Por outro lado, é preciso que se continue a esclarecer as pessoas para uma melhor deposição do lixo porque, ao contrário do que muitos pensam, o problema do lixo não é apenas das operadoras. É em grande medida também das famílias e das pessoas individual­mente porque em muitas localidade­s as operadoras não poderão nunca entrar nas ruelas e becos. Para terminar, gostaria de deixar uma palavra de apreço a todos os trabalhado­res das operadoras de limpeza, mulheres e homens que todos os dias procuram contribuir activament­e para "lavar" a imagem da capital. No fim da minha carta, apelo a um melhor tratamento do lixo a partir de casa para que sejamos capazes de viver melhor.

Jogo de forças

No chamado Mar do Sul da Ásia ocorre um jogo de forças, envolvendo a movimentaç­ão de activos navais da China e dos Estados Unidos, que defendem a liberdade de navegação nas águas internacio­nais. Segundo a China, todo o território dentro do referido mar é sua pertença, numa altura em que os países com os quais partilha o mar, nomeadamen­te Malásia, Filipinas e Vietname também reivindica­m a soberania sobre as citadas águas marítimas. E para colocar mais água na fervura a marinha e a força área americanas, usando alegadamen­te do direito de circular em águas internacio­nais, enviam meios para aqueles lados levando a China a encarar como provocação. Esse jogo de força que pode ser perigoso sobretudo se uma das partes fizer algum erro de cálculo poderá a levar a guerra ou conflito militar com efeitos incalculáv­eis para a Humanidade. Na verdade, penso que os dois países, que se enfrentam na componente económica, deviam ser mais ponderadas na actuação que fazem na chamada região do Mar do Sul da Ásia para evitar que haja exercícios além das actuais afrontas. Espero que as Nações Unidas intervenha­m mais e que outros actores de peso como a União Europeia façam o que puderem para evitar que os Estados Unidos e a China incorram em actos militares gravosos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola