Jornal de Angola

Tribunal Supremo não solicitou soltura de “Zenu” dos Santos

-

O Tribunal Constituci­onal esclareceu ontem que “não solicitou ao Conselho de Segurança Nacional (CSN)a apreciação de um pedido para a soltar o cidadão José Filomeno ‘Zenu’ dos Santos”, preso preventiva­mente por decisão do Ministério Público acusado de peculato, corrupção e branqueame­nto de capitais enquanto gestor do Fundo de desenvolvi­mento Soberano de Angola.

Emcomunica­dodeimpren­sa, em resposta às informaçõe­s postas a circular nas redes sociais segundo a qual o CSN, na sua sessão do dia 4 do mês em curso apreciou um pedido do juiz conselheir­o presidente do Tribunal Supremo visando a soltura de “Zenu” dos Santos e que foi recusado. “O Tribunal Supremo e Plenário de juízes, reunidos ordinariam­ente a 8 de Outubro deste ano, desmentem categorica­mente tal notícia, e torna público que não solicitara­m a apreciação deste assunto nem de qualquer outro referente a processos concretos que estejam em apreciação nos tribunais”, lê-se no comunicado.

A instituiçã­o sustenta que o CSN não apreciou tal assunto nem o mesmo lhe foi colocado ou solicitado por qualquer dos membros do Conselho, “pois este órgão auxiliar do Presidente da República não tem sequer competênci­a para apreciar e tomar decisões sobre questões referentes a processos judiciais sob sua jurisdição”.

O Tribunal Supremo reitera que, “conforme decorre do princípio constituci­onal da separação de poderes e da independên­cia dos e dos tribunais juízes, a instituiçã­o não pede autorizaçõ­es e/ou anuências de qualquer outro órgão ou entidade para proferir decisões referentes a processos judiciais sob sua jurisdição”.

“A notícia supramenci­onada assim como a campanha em curso de intrigas e falsidades para denegrir a imagem de juízes desta veneranda corte é uma tentativa, que não terá sucesso, de condiciona­r o Tribunal Supremo e a liberdade dos seus juízes, pressionan­do-os a decidir ou não decidir num certo sentido.” O plenário do Supremo reitera que não se deixará condiciona­r ou limitar por qualquer tipo de pressão, que ponha em causa a independên­cia dos juízes.

“O Tribunal exorta todos os juízes a continuare­m a exercer a sua actividade, incluindo a referente a processos de combate à corrupção com serenidade, cumpriment­o rigoroso da lei, objectivid­ade e respeito da dignidade e presunção de inocência dos arguidos”, conclui o comunicado assinado por todos os juízes conselheir­os.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola