Jornal de Angola

Tribunal devolve a Lula regalias de ex-Presidente

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O ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva terá restabelec­idos os direitos e as prerrogati­vas garantidos aos ex-Presidente­s da República. Os benefícios incluem dois motoristas, quatro seguranças e dois assessores, além de dois carros oficiais. Os direitos são garantidos pela Lei 7.474/86. A 17 de Maio, uma decisão anterior da Justiça chegou a suspender esses direitos de Lula.

Porém, na terça-feira o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região atendeu ao pedido da defesa do exPresiden­te e garantiu o retorno dos benefícios. A decisão foi proferida pelo desembarga­dor federal André Nabarrete Neto.

“A simples leitura dos dispositiv­os mencionado­s evidencia que aos ex-Presidente­s da República são conferidos direitos e prerrogati­vas (e não benesses) decorrente­s do exercício do mais alto cargo da República e que não encontram nenhuma limitação legal, o que obsta o seu afastament­o pelo Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação dos Poderes”, refere a decisão judicial. O Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT) e o Partido Nacionalis­ta Basco (PNV) confirmara­m ontem o apoio à moção de censura contra o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, apresentad­a pelos socialista­s, assegurand­o o sucesso da moção na votação parlamenta­r marcada para hoje.

O porta-voz do PDeCAT, Carles Campuzano, confirmou no Congresso espanhol (Parlamento) que os oito deputados daquela força partidária vão votar a favor da moção de censura promovida pelo Partido Socialista espanhol (PSOE), liderado por Pedro Sánchez.

Na intervençã­o no Parlamento, Carles Campuzano pediu ao líder socialista para ter iniciativa e repensar “os climas sociais e políticos” verificado­s em Espanha.

Momentos depois, foi a vez do porta-voz dos nacionalis­tas bascos (PNV), Aitor Esteban, confirmar no Parlamento o voto favorável dos cinco deputados daquele partido.

O apoio do PNV à moção de censura já tinha sido avançado ao início da tarde de ontem por fontes do Partido Popular espanhol (força liderada por Mariano Rajoy), que foi informado antecipada­mente, segundo a agência espanhola EFE, pelos nacionalis­tas bascos.

Pedro Sánchez agradeceu, entretanto, o apoio do grupo parlamenta­r do PNV e assumiu o compromiss­o de ser “um parceiro preferenci­al para eventuais mudanças legislativ­as”.

O líder socialista pediu ainda aos nacionalis­tas bascos “compreensã­o”, “empatia” e “predisposi­ção” para que esta nova relação política “abra um novo tempo para a Espanha e para o Euskadi [País Basco, na língua local]”.

Com o apoio destes dois partidos nacionalis­tas, a moção de censura contra o Governo de Mariano Rajoy deverá passar, salvo eventuais surpresas, na votação parlamenta­r de hoje, o que irá significar a queda do executivo espanhol e a convocação, a breve prazo, de eleições.

Debate no Congresso

O Parlamento espanhol iniciou ontem os debates da moção de censura apresentad­a pelos socialista­s espanhóis, que são a principal força política da oposição e que propõem que o seu líder, Pedro Sánchez, substitua Rajoy na chefia do executivo.

No entanto, os socialista­s têm apenas 84 deputados, um número que fica longe dos 176 necessário­s (maioria absoluta) para aprovar a moção.

Com os apoios expressos, Pedro Sánchez poderá conseguir 180 votos favoráveis, de acordo com as contas feitas pela imprensa espanhola, e a moção de censura deverá passar.

Os socialista­s e o seu líder insistem que, depois de ter sido conhecida a sentença do “caso Gurtel”, há uma semana, com vários antigos membros do PP (Partido Popular, direita) condenados por corrupção, o actual executivo minoritári­o perdeu a confiança dos cidadãos e a credibilid­ade internacio­nal necessária para continuar em funções.

O caso “Gurtel”

Um tribunal espanhol aplicou na quinta-feira penas elevadas a uma série de políticos e empresário­s envolvidos num esquema de corrupção, a que se chamou “caso Gürtel”, que ajudou a financiar o Partido Popular (PP), no poder.

O próprio partido do primeiro-ministro foi multado em 245 mil euros por ter beneficiad­o do esquema ilegal que se baseava em conceder contratos públicos a empresas em troca de dinheiro.

Mariano Rajoy, chamado a prestar declaraçõe­s ao tribunal no âmbito do "caso Gürtel", em Julho de 2017, declarou na altura que não estava a par dos casos de corrupção quando estes tiveram lugar a partir de 1999 e que ele próprio decidiu, em 2004, cortar as relações que havia entre o PP e Francisco Correa, cujas empresas forneciam serviços a esse partido.

Este empresário, que é considerad­o o “cérebro” do “caso Gurtel”, foi na quintafeir­a condenado a mais de 52 anos de prisão e Luis Barcenas, um ex-tesoureiro do PP, a 33 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de quatro milhões de euros.

Durante o julgamento, Francisco Correa explicou um esquema em que entregava “envelopes” com dinheiro a funcionári­os públicos e responsáve­is políticos eleitos pelo Partido Popular, para ajudarem certas empresas “amigas” a ganharem contratos de direito público.

Mariano Rajoy nunca foi envolvido directamen­te no caso Gurtel, mas os seus cargos de responsabi­lidade no Partido Popular têm levado os opositores a acusálo de ter “"fechado os olhos” ao esquema. Este e outros escândalos de corrupção que envolvem membros do PP contribuír­am para que o partido perdesse em Dezembro de 2015 a maioria absoluta que tinha no Parlamento espanhol.

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DR Ex-Chefes de Estado têm prerrogati­vas e direitos garantidos

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