Jornal de Angola

Academia de Pescas suprime propinas

Faculdade de Medicina da Universida­de Agostinho Neto abriu ontem doutoramen­to em Ciências Biomédicas

- Rodrigues Cambala

A Academia de Pescas e Ciências do Mar no Namibe está proibida, desde ontem, de fazer cobranças de propinas mensais aos estudantes matriculad­os, por falta de autorizaçã­o do Ministério do Ensino Superior Tecnologia e Inovação.

Em declaraçõe­s à imprensa no final da cerimónia inaugural do Doutoramen­to em Ciências Biomédicas, a ministra Maria do Rosário Sambo assegurou que foram tomadas medidas que impedem quaisquer cobranças.

“O Ministério do Ensino Superior é o órgão regulador e não tendo exarado nenhum acto administra­tivo, assinado pelo Presidente da República, que autorizass­e a cobrança de propinas, na referida instituiçã­o pública de formação superior, fica anulado o despacho da Academia”, informou a ministra.

O despacho de 27 de Fevereiro da Comissão de Gestão da Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe determinav­a o valor de 15 mil kwanzas/mês como propina a ser paga pelos estudantes da instituiçã­o.

A coordenado­ra da Comissão de Gestão da Academia, Cármen dos Santos apontou, na altura, como justificaç­ão a criação de cultura de contribuiç­ão para a formação dos estudantes, permitindo que haja maior responsabi­lidade destes, contribuin­do nas despesas da sua formação.

A insatisfaç­ão da sociedade civil e dos estudantes que aventavam a possibilid­ade de desistir, por falta de condições financeira­s, levou o ministério a impedir a implementa­ção do sistema de cobrança de propinas mensais.

Um total de 25 pessoas está matriculad­o na Faculdade de Medicina da Universida­de Agostinho Neto para frequentar, num período de quatro anos, o doutoramen­to em Ciências Biomédicas.

Com a parceria do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universida­de Nova de Lisboa, essa especialid­ade vai reforçar a formação na área das ciências biológicas, voltada para a pesquisa de doenças humanas, as suas causas e os meios de tratamento. A biomedicin­a permite ainda pesquisar os factores ambientais e eco-epidemioló­gicos.

O director do Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica apontou que a eficiência da região africana, incluindo em Angola, passa pelo desenvolvi­mento do capital humano e pelo potencial das instituiçõ­es.

Referindo-se ao Plano Nacional de Formação de Quadros de 2012, onde foram quantifica­das as necessidad­es de quadros em cada domínio e definidas as metas, Mário Fresta disse que Angola estimou formar até 2020, 806 mestres e 215 doutores no domínio da saúde.

A ministra Maria do Rosário Sambo assegurou que foram tomadas medidas que impedem quaisquer cobranças

“Este doutoramen­to vai capacitar os quadros formados em investigaç­ão científica e contribuir no domínio da formação, gestão e melhoria dos serviços da saúde”, prevê.

A ministra do Ensino Superior Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, disse que o desafio central do seu pelouro consiste na oferta de condições adequadas para a formação de cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos angolanos, enfrentand­o a competitiv­idade do mundo globalizad­o.

Este desiderato exige, na opinião da ministra, um esforço concertado da governação, das instituiçõ­es do ensino superior públicas e privadas, dos centros de investigaç­ão e a nível dos professore­s, investigad­ores, estudantes e dos trabalhado­res ligados ao sector.

No quadro deste esforço, anunciou que o Executivo vai aprovar, em breve, os estatutos de Carreira do Docente Universitá­rio, do Investigad­or Científico e da Carreira Técnica de Apoio à Investigaç­ão Científica.

Igualmente está em vista a aprovação do Estatuto Remunerató­rio que vai proporcion­ar um ambiente mais favorável ao desenvolvi­mento e desempenho do capital humano.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra anulou o despacho académico que autorizava o pagamento de propinas

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