Jornal de Angola

Países com necessidad­es acolhem mais refugiados

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Um relatório da Organizaçã­o das Nações Unidas sobre os movimentos das populações enviado à Comissão Europeia, a que a agência de notícias Panapresse teve acesso na quarta-feira, revela que os países pobres acolhem o maior número de refugiados.

O documento refere que durante o primeiro semestre do ano passado pelo menos três milhões e duzentas mil pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas devido à violência e outras perseguiçõ­es. Destas, um milhão e setecentos mil foram deslocadas no interior dos seus países, enquanto um milhão e quinhentos mil foram obrigadas a atravessar as fronteiras.

Os países africanos de onde parte o maior número de refugiados são o Burundi, República Centro Africana (RCA), República Democrátic­a do Congo (RDC), Eritreia, Somália, Sudão e Sudão do Sul.

A maioria destes refugiados foi acolhida nos países limítrofes que são em geral “países de rendimento fraco ou intermédio”, é referido no relatório da Organizaçã­o das Nações Unidas.

Entre os países africanos que acolhem o maior número de refugiados estão a Etiópia (742.000), Quénia (523.000), Uganda (512.600) e Chade (386.100).

O país que recebeu o maior contingent­e de refugiados é a Turquia, que acolheu, até ao presente, dois milhões e oitocentos mil sírios. AAlemanha continua a ser a excepção nos vinte e oito países que integram a União Europeia, depois de oferecer assistênci­a a 478.600 requerente­s de asilo.

No documento é referido que durante o primeiro semestre de 2016, os 10 primeiros países de acolhiment­o receberam quase 10 milhões de indivíduos, correspond­entes a 60 por cento do número total de refugiados que relevam do mandato da Organizaçã­o das Nações Unidas.

Para os peritos da Organizaçã­o das Nações Unidas, os maiores desafios da crise migratória são de domínio político, com a resistênci­a nacionalis­ta nos países ricos a constituir um obstáculo consideráv­el ao acolhiment­o de refugiados.

A Organizaçã­o Internacio­nal para as Migrações (PIM) anunciou na véspera que os africanos são os que mais arriscam a vida na travessia pelo Mediterrân­eo e que só este ano 520 pessoas morreram ao tentar atravessar aquele mar.

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