Exaltado patriotismo de Antero de Abreu
O MPLA considerou ontem, num comunicado, que foi com muito pesar que tomou conhecimento do falecimento de Antero de Abreu, primeiro procurador-geral da República de Angola e ex-deputado à Assembleia do Povo, ocorrido quarta-feira, em Viana do Castelo, Portugal, por doença.
Advogado de profissão, refere o comunicado, o nacionalista Antero de Abreu, que, à hora da sua morte contava 90 anos de idade, esteve estritamente ligado à defesa de presos políticos em Angola, nos vários processos que se foram sucedendo na época da ocupação colonial portuguesa, particularmente no de Agostinho Neto, em 1955, no Porto, em Portugal, em que foi uma das testemunhas. Fez parte da lista de advogados que defendeu presos políticos em Angola, nos vários processos que se foram sucedendo. No capítulo político-diplomático exerceu, como último mandato público da sua vida, o cargo de embaixador de Angola na Itália e em Malta.
O comunicado acrescenta que, na esfera cultural, Antero de Abreu ocupou um lugar de destaque na divulgação e promoção da cultura angolana, nomeadamente, no seio da Associação dos Naturais de Angola (Anangola) e na Sociedade Cultural de Angola, onde veiculou as ideias do movimento “Vamos Descobrir Angola” e impulsionou iniciativas para a emergência de uma literatura nacional. Publicou os seus primeiros poemas no Meridiano, Boletim da Casa dos Estudantes do Império em Coimbra.