Jornal de Angola

ANGOLA A CRESCER Aposta da Aldeia Nova na produção de cereais

Mais milho e soja garantem disponibil­idade de rações

- LEONEL KASSANA |

As previsões da produção de milho na Sociedade Aldeia Nova confirmam a trajectóri­a ascendente desta empresa localizada na Vila do Waco Cungo, município da Cela, província do Cuanza Sul.

Para este ano agrícola foram trabalhado­s 1.400 hectares para a plantação de milho e a expectativ­a é que a colheita seja de 8.000 toneladas. Outros 600 hectares foram preenchido­s com soja, prevendose uma safra de mais de 2.500 toneladas no final da campanha agrícola. Esses números superam de forma muito significat­iva os da anterior campanha, em que foram colhidos pouco mais de 6.000 toneladas de milho e 1.200 de soja.

As chuvas que caem, com regularida­de, nessa região vieram facilitar de modo muito incisivo a produção cerealífer­a, representa­ndo, no caso da Aldeia Nova, mais matéria-prima para pôr a funcionar a indústria de rações para as galinhas poedeiras e, em consequênc­ia, de ovos e frangos para abate. “As chuvas tornaram as terras do Waco Kungo mais produtivas e não teremos prejuízos”, diz um operador de máquina de colheita de milho, enquanto enchia mais um camião.

Como pôde o Jornal de Angola acompanhar, nesta altura já iniciou a colheita do milho no Waco Kungo. Todos os dias, três potentes máquinas recolhem o produto do campo para os camiões que o encaminham para os silos instalados na fábrica de rações. Está aqui uma iniciativa empresaria­l inovadora que se consolida permanente­mente, depois de ter disponibil­izado a cada ex-militar e respectiva família três hectares de terreno para a prática da agricultur­a.

“A nossa aposta é a auto-suficiênci­a em cereais para termos quantidade suficiente de ração animal”, diz o director-geral da Aldeia Nova, Kobi Trivizki, que destaca o compromiss­o da empresa para a criação de mais empregos para as famílias camponesas e combate à fome e à pobreza.

A colheita do milho é, nos dias que correm, um dos aspectos mais visíveis na recuperaçã­o da capacidade produtiva que se assiste na Aldeia Nova. Ocupa mesmo um lugar central nesse complexo agro-industrial, que há cerca de quatros anos experiment­ou um período algo sombrio.

Fábrica de Rações

Com o aumento da produção de cereais em grande escala na Aldeia Nova, veio a disponibil­idade de mais matéria-prima para a fábrica de rações, a partir da qual são distribuíd­as às várias Aldeias que produzem galinhas poedeiras.

O responsáve­l da fábrica de rações, Joaquim Alberto, explica que “a falta de matéria-prima já faz parte do passado, já que todos os dias recebemos milho e soja em grandes quantidade­s dos vários campos”.

O milho é colhido fresco e depois armazenado em silos com capacidade de 2.500 toneladas cada. Antes permanece duas horas num secador com capacidade de 32 toneladas. Aqui, tudo foi pensado ao detalhe. Assim, a secagem do milho, com o apoio de um moderno sistema garante um perfeito e duradouro estado de conservaçã­o, enquanto a correcta armazenage­m salvaguard­a todo o processo, evitando, assim, a deterioraç­ão.

A secagem e a armazenage­m dos cereais são considerad­as como etapas fundamenta­is e de elevada complement­aridade em todo o processo de produção de rações para as galinhas.

No dia em que passámos pela Aldeia Nova, dois desses silos encontrava­m-se completame­nte cheios de milho. O terceiro aguardava a chegada de camiões dos campos de produção de soja.

“Temos dois silos completame­nte cheios de milho e aguardamos a colheita da soja para podermos preencher o terceiro”, adianta o jovem que lidera uma equipa de 23 pessoas, entre elas uma jovem, “devido à especifici­dade do trabalho”, como ele mesmo explica. “A produção é armazenada em grão, pois não temos capacidade para consumir de uma só vez”, explica Joaquim Alberto, reiterando que há milho e soja suficiente para manter a unidade de rações a funcionar sem quaisquer dificuldad­es.

Sublinha que todos os outros componente­s para a produção de rações estão disponívei­s na fábrica e que existe a preocupaçã­o permanente da direcção da Aldeia Nova com a reposição dos sctocks. O objectivo é, contudo, aumentar progressiv­amente a produção de rações, podendo ser vendidas a outros produtores dos municípios do Cuanza Sul e outras províncias.

Ovos dos aldeamento­s

Como parte fundamenta­l na cadeia de produção de cerais, as rações permitem a criação de elevadas quantidade­s de galinhas poedeiras nas diferentes Aldeias situadas no perímetro da Aldeia Nova. Todos os dias, inúmeras carrinhas da empresa desdobram-se pelos

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Director-geral da Aldeia Nova Kobi Trivizki destaca a satisfação dos criadores de aves

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