Jornal de Angola

Desentendi­mento termina em morte

- KÍLSSIA FERREIRA |

O Tribunal Provincial de Luanda, no distrito urbano do Kilamba Kiaxi, agendou para o dia 1 de Agosto a leitura do quesito e acórdão do crime de homicídio voluntário em que é réu o cidadão Januário Dilo, de 32 anos, militar, do comando provincial do Huambo.

O crime ocorreu no bairro Mundial, no distrito da Samba, no dia 20 de Agosto de 2014, quando o réu acompanhad­o de um amigo não identifica­do nos autos interpelou o malogrado Paulino Feliciano, de 38 anos, subchefe da Polícia Nacional, colocado na Unidade Anti-terror de Luanda que carregava um cidadão que supostamen­te teria roubado um móvel. O réu em tribunal declarou que interpelou o malogrado sobre a situação do jovem, acrescento­u que em resposta a vítima desceu da carrinha e proferiu-lhe palavras obscenas.

Januário Dilo disse que por uns instantes se sentiu desprotegi­do, porque o falecido se alterou e de seguida efectuou três tiros ao chão, tendo-lhe o terceiro atingido no dedo do pé esquerdo. Então, o réu deu dois passos para trás, tirou a sua arma e disparou sem saber para onde. O acusado afirmou que anda armado há 15 anos e tentou defender-se. “A minha intenção não era tirar a vida a ninguém.” O declarante Jacinto Baptista disse que a vítima não tinha arma de fogo e esclareceu ao tribunal que o malogrado proferiu palavras obscenas, ofendendo a mãe do réu. O advogado de defesa do malogrado, Gonçalves José Fernandes, esclareceu que o facto de o mesmo atingir o pé do réu mostrou que não tinha intenção de matá-lo. Já o réu que atingiu a cabeça do malogrado, dizendo “você não sabe quem eu sou”, mostrou a sua verdadeira intenção. O advogado Gonçalves José Fernandes explicou que o réu na qualidade de agente sabe as consequênc­ias do acto praticado. A audiência de julgamento decorreu na 11ª Secção, Sala dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda.

O cidadão Augusto Miguel, de 17 anos de idade, acusado pela prática do crime de roubo qualificad­o foi ouvido segunda-feira pelo Tribunal Provincial de Luanda, localizado no distrito urbano do Kilamba Kiaxi. De acordo com a acusação, o réu Augusto Miguel em companhia de amigos, na madrugada do passado dia 15 de Dezembro de 2015, dirigiu-se à residência da ofendida Alexandrin­a Chitula com o objectivo de a assaltar.

Durante a audiência de julgamento, o réu confessou a prática do crime pelo qual é acusado. Ao corpo de jurados, confessou que foi convidado por uns amigos a participar no assalto à residência da sua vizinha de bairro. O réu confessou em tribunal que o objectivo do assalto era roubar valores monetários. Segundo Augusto Miguel, os seus companheir­os passaram-lhe a informação de que a vítima dispunha de valores monetários avultados. Augusto Miguel esclareceu que teve acesso ao quintal da ofendida pelo muro frontal que dá acesso ao terraço para realizar o acto.

Alexandrin­a Chitula, de 44 anos, esclareceu que esta é a terceira vez que a sua casa é assaltada e não se sente segura, com medo de que algo de pior possa acontecer por retaliação. “Duas semanas antes, os cães de raça pastor alemão e a cadela rafeira foram envenenado­s de forma misteriosa”, disse Alexandrin­a Chitula.

Ao contar como foi realizado a assalto disse: “meritíssim­a, eles pularam no tecto e disseram ´abre a porta, vou vos matar`. E, em seguida, pularam para o quintal e desligaram a lâmpada”. Com a ajuda dos vizinhos que se apercebera­m da situação, chamaram logo a Polícia que não demorou a chegar e conseguiu apanhar um dos meliantes que não conseguiu descer do tecto. A procurador­a do Ministério Público, depois das declaraçõe­s prestadas pela ofendida, questionou o réu sobre a localizaçã­o dos seus comparsas e os nomes e como teve acesso à residência da ofendida.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola