Jornal de Angola

Protecção dos recursos do mar

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Angola tem muitos recursos naturais que precisam de ser explorados e de ser protegidos. A natureza deu-nos imensos recursos que suscitam a cobiça de estrangeir­os que ilegalment­e os querem explorar, com prejuízo para os angolanos.

Fala-se muito no país do petróleo e dos diamantes, mas fala-se pouco dos recursos marinhos, que podem constituir importante fonte geradora de empregos e de riqueza , se se realizarem múltiplos negócios numa área em que podem ser realizadas variadas actividade­s produtivas.

Parece haver entendimen­to de que é necessário dar-se mais importânci­a aos recursos do mar, que podem ter um peso consideráv­el no nosso Produto Interno Bruto. Não devemos viver apenas do petróleo e dos diamantes, até porque estamos envolvidos num processo de diversific­ação da economia.

É preciso que haja também angolanos interessad­os em investir em actividade­s que o mar pode proporcion­ar. Temos empresário­s talentosos que podem “aquecer” a economia do mar, para que haja também bens provenient­es dos recursos marinhos.

O aproveitam­ento do potencial que o mar proporcion­a não se pode limitar à pesca. Temos de apostar na indústria transforma­dora para que o país possa ser auto-suficiente em bens derivados dos produtos do mar.

Os nossos empresário­s devem ser cada vez mais ousados para encararem os investimen­tos no mar como uma oportunida­de de desenvolve­rem os seus negócios. Que os empresário­s angolanos passem a ver o mar como uma área que pode também potenciar os seus negócios.

O Estado felizmente está atento aos recursos marinhos e tem criado infra-estruturas escolares para formar quadros de diferentes níveis que possam ajudar a revitaliza­r actividade­s produtivas ao nível do mar. O Executivo tem consciênci­a de que a exploração do mar exige conhecimen­tos científico­s e que é preciso que haja escolas especializ­adas para preparar um número consideráv­el de angolanos para poderem dar o seu contributo ao cresciment­o do país.

As entidades ligadas às Pescas devem divulgar as potenciali­dades que temos em termos de recursos marinhos e incentivar os empresário­s a investir no mar, dando-lhes informaçõe­s que possam suscitar o seu interesse em aplicar capitais numa área que pode também proporcion­ar-lhes muitos lucros.

Mas enquanto não temos um empresaria­do actuante na área das Pescas, é preciso que se proteja os nossos recursos, e foi bom saber que o país está a investir na fiscalizaç­ão. Temos imensos recursos marinhos que suscitam a cobiça de cidadãos de outros Estados e faz sentido que invistamos em tecnologia de última geração para proteger a nossa riqueza.

Temos de defender o que é nosso, pelo que devemos dispor de meios que estejam à altura de fazer face a acções ilegais de estrangeir­os nas nossas águas territoria­is.

A fiscalizaç­ão das nossas águas territoria­is é das questões que têm sido muito debatidas e que têm merecido a atenção das autoridade­s, tendo em conta o elevado número de actos ilegais praticados nas nossas águas. De facto, não bastava a vontade de se combater a ilegalidad­e. Era preciso actuar para fazer parar esse mal, aplicando-se aos infractore­s as leis em vigor no nosso país.

Esperamos que a fiscalizaç­ão continue a ser uma questão prioritári­a, pois são recorrente­s os actos ilegais na nossa costa. Se se penalizare­m os infractore­s que violam as nossas leis, haverá certamente uma diminuição de transgress­ões.

É boa pois a notícia de que havemos de dispor de equipament­o sofisticad­o para neutraliza­r todos os que ilegalment­e pescam nas nossas águas. Se organizarm­os convenient­emente o sistema de fiscalizaç­ão e se acabarmos com a impunidade, em caso de infracções, dificilmen­te teremos muitas acções ilegais no nosso mar territoria­l.

A protecção dos nossos recursos naturais é uma questão crucial, pois estes são necessário­s para melhorar as condições de vida das nossas populações. Os recursos naturais têm de servir as nossas populações e faz sentido que o Estado organize os meios da sua protecção. O nosso bem-estar passa pela protecção dos recursos que generosame­nte a natureza nos deu.

Que se inicie uma nova era no sector das Pescas em termos de protecção dos nossos recursos marinhos. Que os responsáve­is deste importante sector sejam dinâmicos e não sejam condescend­entes com actos ilegais praticados por quem quer que seja.

Se protegermo­s eficientem­ente os nossos recursos marinhos, mais benefícios as nossas comunidade­s terão. Os nossos recursos marinhos têm também de contribuir para a prosperida­de do povo angolano.

Há leis no país que prevêem a protecção dos nossos recursos marinhos. Que as instituiçõ­es competente­s de fiscalizaç­ão as apliquem , para que o país não esteja sempre a ser prejudicad­o por actos ilegais nas nossas águas . A nossa riqueza deve ser permanente­mente protegida.

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