Bancos aderem ao Angola Investe com altas provisões para o crédito
PROGRAMA CRIADO PELO EXECUTIVO Empréstimos são concedidos de preferência a projectos do sector produtivo
O Programa Angola Investe, instituído pelo Executivo no ano passado para financiar projectos da cadeia produtiva de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) obteve a adesão de 20 dos 22 bancos comerciais angolanos.
O Banco de Comércio e Indústria (BCI), uma das instituições comerciais criadas pelo Executivo no âmbito das reformas de mercado, foi o primeiro a rubricar acordos de financiamento de três projectos localizados nas províncias do KwanzaSul, Kwanza-Norte e Luanda.
O banco concedeu 367 milhões de kwanzas a uma média empresa, situada na província do KwanzaSul, para financiar uma fábrica de alimentos que vai produzir sumos e polpa de frutas, e 35 milhões de kwanzas a uma pequena empresa vocacionada para a confecção de alimentos, sediada em Luanda.
A terceira empresa recebeu um total de 32 milhões de kwanzas para empreender um negócio ligado à produção, purificação e comercialização de água mineral na província do Kwanza-Norte.
No âmbito do Angola Investe, o BCI assinou um contrato com o Executivo angolano para a recepção de dois mil milhões de kwanzas. Deste valor, mil milhões vão ser destinados à concessão de créditos bonificados e outros mil milhões de kwanzas para financiamentos, através do Fundo de Garantia.
As linhas de crédito bonificado dão aos empresários a possibilidade de terem empréstimos a uma taxa de juro anual máxima de cinco por cento, dado que o Executivo apoia com o pagamento parcial dos juros inerentes ao financiamento.
O Estado, através do Fundo de Garantia de Crédito, pode avalizar parciais que facilitam a concessão de crédito. As garantias públicas de crédito são concedidas no âmbito do crédito bonificado ou de outro tipo de crédito a ser analisado.
O Banco de Poupança e Crédito (BPC), maior banco de capitais públicos, reservou para esta empreitada cinco mil milhões de kwanzas, dos quais dois mil milhões já foram disponibilizados para o financiamento de 16 projectos produtivos nas províncias de Luanda, Bengo, Kwanza-Norte, Uíge e Huambo. Trata-se de projectos de criação de gado para a produção de carne bovina, suína e caprina, extracção de rochas e outros agregados para a construção civil, indústria pesqueira, materiais plásticos e agricultura.
De acordo com o presidente do BPC, Paixão Júnior, os outros três mil milhões de kwanzas vão ser disponibilizados no decurso deste ano e a carteira pode aumentar em função das necessidades do mercado.
O banco BIC, um dos dinamizadores da actividade económica nas zonas rurais nos últimos sete anos, tem disponíveis dez mil milhões de kwanzas para projectos eleitos para o Angola Investe. Os referidos projectos encontram-se em análise na área de crédito, para financiamento.
O Banco Millennium Angola tem disponíveis 14 mil milhões de kwanzas para apoiar empreendedores e empresas que adiram ao Programa Angola Investe.
Segundo o director de marketing do Banco Millennium Angola, Fábio Correia, a instituição tem um compromisso anual firmado com o Executivo para, durante os próximos cinco anos, conceder empréstimos totais avaliados naquele valor.
Disse ser uma linha que está disponível para projectos viáveis no sector produtivo e que estejam certificados pelo Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Inapem).
Para agilizar a aplicação do Programa Angola Investe, o Millennium definiu quatro sectores de actividade e agrupou-os num produto/serviço que se chama “Pack Pequenas, Médias Empresas (PME)”.
O Standard Bank de Angola, instituição financeira que está no mercado há um ano e meio, tem disponível uma carteira de crédito avaliada em 6,3 mil milhões de kwanzas para financiar projectos empresariais ligados ao Angola Investe.
O presidente executivo do banco, Pedro Coelho, revelou que, no âmbito desse programa, a instituição recebeu dezenas de projectos que estão a ser analisados para, até ao primeiro trimestre do próximo ano, aprovar os financiamentos.