Jornal de Angola

Angola constrói centro de pesquisa

ACORDO COM A CHINA NA ÁREA AGRÍCOLA Autoridade­s chinesas decidem reduzir impostos para produtos angolanos

- GARRIDO FRAGOSO |

Angola e da China assinaram ontem um acordo de cooperação para a construção de um centro de pesquisa e experiment­ação agrícola na localidade de Mazozo, em Luanda, cerca de 40 quilómetro­s do centro da cidade.

O secretário de Estado angolano da Agricultur­a, Amaro Tati, e o vice-ministro chinês do Comércio, Li Jinzao, foram os signatário­s do acordo, que vai permitir, sobretudo, a experiment­ação de culturas do arroz e do trigo para as diferentes regiões do país.

Em declaraçõe­s à imprensa, Amaro Tati disse que um dos focos da experiment­ação vai incidir sobre os cereais, sobretudo a cultura do arroz e do trigo. “Vamos fazer com que as nossas investigaç­ões encontrem variedades de produtos que sejam mais adaptáveis às diferentes regiões do país”, afirmou.

Amaro Tati atribuiu grande importânci­a ao acordo rubricado, por considerar que o centro de experiment­ação e investigaç­ão agrária é fundamenta­l para o cresciment­o agrícola. O secretário de Estado reconheceu a carência do país em termos de experiment­ação agrária e defende que Angola deve rubricar mais acordos desta natureza com diferentes países do mundo para acumular experiênci­as.

José Amaro Tati disse que das experiênci­as agrárias a implementa­r em Mazozo pode-se esperar uma variada gama de plantas adaptáveis à realidade do país, o que vai proporcion­ar um cresciment­o assinaláve­l da actividade agrícola. Ainda ontem, na mesma cerimónia, os dois países assinaram dois acordos. Um referente à redução de impostos, na ordem de 95 por cento, sobre os produtos angolanos a serem exportados para a China, e o outro relativo à uma doação do governo chinês, no valor de 100 milhões de Yuan (moeda chinesa) para a reabilitaç­ão e ampliação do Hospital Geral de Luanda, no Kilamba Kiaxi.

De acordo com o director para a Ásia e Oceânia do Ministério angolano das Relações Exteriores, André Panzo, a cooperação entre os dois países está a crescer e a redução de impostos sobre os produtos vai permitir a Angola exportar cada vez mais os seus produtos. A delegação multissect­orial da China ao encontro foi integrada por representa­ntes dos sectores das infra-estruturas ferroviári­as, do Comércio e do Banco de Importação e Exportação da China (EXIMBANK).

Dados dos Serviços das Alfândegas da China indicam que, no primeiro semestre deste ano, Angola foi o segundo maior parceiro comercial daquele país, com as trocas bilaterais a atingirem 1,99 triliões de kwanzas (19,9 mil milhões de dólares). O comércio bilateral teve, no mesmo período, um saldo positivo “muito significat­ivo” a favor de Angola, de 1,654 triliões de kwanzas (16,54 mil milhões de dólares). Tal ficou a dever-se às vendas de produtos angolanos àquele país no valor de 1,822 triliões de kwanzas (18,22 mil milhões de dólares) e de aquisição de apenas 168 mil milhões de kwanzas (1,68 mil milhões de dólares).

O comércio entre a China e os países de língua portuguesa atingiu 63,7 mil milhões de dólares, entre Janeiro e Junho, um acréscimo de 21,88 por cento relativame­nte aos primeiros seis meses de 2011, afirmam os dados do Serviço de Alfândegas da China. Naquele período, a China importou dos oito países de língua portuguesa, bens no valor de 44,76 mil milhões de dólares.

 ?? FRANCISCO BERNARDO ?? Secretário de Estado da Agricultur­a rubricou com o vice-ministro chinês o acordo que viabiliza a construção da instituiçã­o de pesquisa
FRANCISCO BERNARDO Secretário de Estado da Agricultur­a rubricou com o vice-ministro chinês o acordo que viabiliza a construção da instituiçã­o de pesquisa

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