Folha 8

Ondjaki recebe Prémio Vergílio Ferreira em Évora

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Ondjaki recebeu, na passada quarta-feira, na cidade portuguesa de Évora, o prémio Vergílio Ferreira, numa cerimónia realizada na Universida­de de Évora, na qual esteve presente o embaixador de Angola em Portugal, Carlos Alberto Fonseca.

Na atribuição do prémio, a reitora da Universida­de de Évora, Professora Hermínia Vasconcelo­s Vilar, salientou o percurso literário de Ondjaki e o contributo por ele tem dado na evolução e divulgação da cultura em língua portuguesa. Rodeado de familiares, amigos, docentes e alunos universitá­rios, Ondjaki aproveitou o momento para sublinhar a sua angolanida­de e salientar a importânci­a da cultura para o desenvolvi­mento dos povos, como forma de união para que cada nação possa melhor divulgar a sua identidade. "para mim significou uma grande honra, porque é um prémio que já vem sendo atribuído a muita gente importante. O patrono do prémio é uma figura relevante no mundo da literatura, mas também como um pensador português”, frisou o escritor que, antes da sessão da entrega do prémio, esteve à conversa com estudantes e com aqueles que pretendera­m juntar-se a esta iniciativa promovida pelo Departamen­to de Linguístic­a e Literatura­s da Universida­de de Évora. O escritor angolano foi, no início de Janeiro, anunciado vencedor do prémio Vergílio Ferreira 2023 da Universida­de de Évora, devido ao seu contributo para que o português seja língua de reconcilia­ção. O júri decidiu atribuir esta distinção a Ondjaki, "escritor, livreiro e artista de diversas disciplina­s”. Na sua apreciação, destacou "o contributo que Ondjaki faz para que a língua portuguesa seja língua de reconcilia­ção e mesmo de consciênci­a crítica para todos os falantes de português”. Instituído pela UE em 1996, para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o Prémio Vergílio Ferreira destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante nos domínios da ficção e/ou ensaio. Em 27 edições, é o primeiro escritor angolano a receber este prémio. "isto para mim é muito simbólico. E que não seja o único a merecer este prémio, que venham mais prémios

Vergílio Ferreira para Angola”. Ondjaki sublinhou também a importânci­a que Évora teve na vida da população africana. "se recuarmos mais no tempo, Évora é um dos locais que acolhia a população africana em Portugal. Portanto, creio que estamos dentro de um lugar cultural que, para nós africanos, é importante pelo passado”.

A Universida­de recorda que "o Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído, pela primeira vez, a Maria Velho da Costa.

Biografia de Ondjaki

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