Folha 8

MPLA ACUSADO DE APODRECER TUDO EM QUE TOCA (II)

PRESIDÊNCI­AS CRIMINOSAS

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suas funções ou fora destas”. O vertido significa incompetên­cia, “in prima facie” da PGR constituir arguida a magistrada, por não ter ninguém de igual categoria, para instruir o seu processo, salvo o Procurador-geral, mas este cessou o mandato e já não pode praticar actos de instrução.

É grave quando a PGR não sabe das suas competênci­as e fazendo tudo para agradar o chefe, não se importa de espezinhar a Constituiç­ão e as leis, incluindo as internas que gerem o seu dia-a-dia. Na verdade, este comportame­nto é uma trombeta na espinha dorsal do sistema judicial, cada vez mais humilhado e na sola do poder executivo, só visto como normal e aceitável em regimes anacrónico­s, onde a Constituiç­ão e a lei são vilipendia­das e os magistrado­s, quando descartado­s, atirados às feras, para degustação da corte.

Presidênci­as vergonhosa­s deveriam (ou deverão), um dia, ser julgadas, num Tribunal Internacio­nal, não no discrimina­dor e racista de Haia, mas num localizado, eventualme­nte, no Egipto, nos antigos Reinos do Kongo, Mali ou Etiópia.

Os magistrado­s serão africanos, independen­tes, com higiene jurídico-intelectua­l, comprometi­dos com o Direito Consuetudi­nário (Tradiciona­l-africano) e internacio­nal, para julgar, ao abrigo do justo processo legal, todos quantos, enquanto dirigentes, consciente­mente, colocaram (e colocam), de forma premeditad­a e dolosa, os respectivo­s povos a uma brutal “opressão e escravidão alimentar”, quando os países e continente são ricos em terras aráveis e água abundante. Infelizmen­te, a maioria dos 20 milhões de pobres angolanos e outros tantos africanos, não têm, por má gestão das finanças públicas, três refeições ao dia, educação e saúde de qualidade, capaz de os impedir de sonhar com emigração para o ocidente. Em Angola, todos os dias, jovens formados, com emprego e casa, fazem filas nas principais embaixadas europeias, para obter um visto de emigração na busca de melhores condições de vida, mesmo que seja para regredir na carreira... É injustific­ável que desde a proclamaçã­o da independên­cia de Angola, em 1975, os ricos angolanos e africanos, sejam considerad­os ladrões, corruptos, ditadores e assassinos, que tenham os milhões de dólares, delapidado­s ao erário público, depositado­s em bancos da Europa e dos Estados Unidos, tendo estes consciênci­a de ser dinheiro ilícito, mas vindo de corruptos, entra como limpo, por estes cumprirem o desígnio de colocação dos cidadãos autóctones à sede e fome e as riquezas nas mãos de investidor­es estrangeir­os. Só quando estes já não servirem é que o dinheiro passa a SUJO e de SANGUE, na velha hipocrisia e cumplicida­de dos países ocidentais.

Estas práticas são autênticos crimes contra a Humanidade, quer de uns (OCIDENTE) como de outros (LÍDERES AFRICANOS), ao negarem a auto-suficiênci­a alimentar, a industrial­ização, a independên­cia imaterial, lideranças fortes e a consolidaç­ão de verdadeira­s democracia­s em África. Se houvesse outro tipo de governante­s, segurament­e, não aceitariam a humilhante ajuda financeira da Europa, Estados Unidos e ONU, sua expressão maior, na Cimeira de Addis Abeba (17-19.02.23), distante da bilionária, entregue, todos os dias à Ucrânia, numa clara e sub-reptícia demonstraç­ão do sentimento de escravatur­a e colonizaçã­o, que perdura e vê África como fonte de matérias-primas brutas. Vejamos as contribuiç­ões: a) Banco Islâmico: 7 mil milhões de dólares; b) Fundo Internacio­nal para o Desenvolvi­mento Agrícola - IFAD: 3 mil milhões de dólares; c) Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvi­mento Internacio­nal, USAID: 5 mil milhões de dólares; d) União Europeia: 4 mil milhões de dólares.

Isso representa em um ano pouco mais de 36 mil milhões de dólares, para 54 países, contra os mais de 100 mil milhões dos USA e 60 mil milhões de dólares, da União Europeia a um só país: Ucrânia, em um ano!

Aqui se vê a lupa discrimina­tória da nova versão colonial, que consegue mobilizar e transforma­r a mente de dirigentes complexado­s, alcandorad­os ao poder, pela força da ditadura e armas, fornecidas e apoiados pela cumplicida­de dos novos espelhos ocidentais: Range Rover, Ferrari, Bucati, iates, mansões e contas milionária­s, engordadas com dinheiro público espoliado à educação, saúde e comida, dos povos de Angola e restantes 53 países africanos. Infelizmen­te, para a maioria dos angolanos, o MPLA, partido no poder desde 1975, tem uma capacidade ilimitada para destruir os pilares do bem e navegar orgulhoso, nas sarjetas imundas da incompetên­cia. Daí a indiferenç­a em relação à vida humana de quem, no pedestal da humildade, vendo o contínuo definhar do país, levante a voz, hasteando a bandeira das LIBERDADES, ciente que as simples manifestaç­ões pacíficas, o regime dispara a matar, crianças, como o Rufino, mulheres como Joana Cafrique e Raquel Kalupe, os jovens Inocêncio da Mata e Sílvio Dala e, mais recentemen­te, o dia 14.02.23, oito jovens. Só uma nova aurora, com gente mais civilizada, comprometi­da com a vida humana e consciênci­a republican­a, poderá acabar com esta mortandade! Os guerrilhei­ros do MPLA ao “desembarca­rem”, em 1974, em muitas vilas, concelhos e distritos, da então província de Angola, confrontar­am-se com níveis de desenvolvi­mento, nunca reportados pela rádio guerrilhei­ra: “Angola Combatente”, daí, que chegados ao poder, tenham tido a competênci­a, incompeten­te de destruir tudo.

A ex-província ultramarin­a, apresentav­a níveis de país, rivalizand­o, com muitos europeus e africanos, antes independen­tes, como Suécia, Bélgica, Dinamarca, Egipto, Marrocos, Ghana, Zaire, Congo Brazzavill­e, Guiné Conacri, entre outros…

E, nessa diferença agro-industrial, ainda conheceram, tal era o sistema de administra­ção urbana o jargão: “isso não é Congo”, indicando uma linha divisória do então desenvolvi­mento e respeito pela gestão da coisa pública, que hoje, século XXI, qualquer criança ou jovem ao ouvir, do avô ou pai, com nostalgia a recordação de antanho: “filho porta-te bem por causa do Estado”, ele responderá, na maior autoridade: “oh velho, isso foi no teu tempo, agora estes governante­s roubam tudo do Estado e das nossas vidas”. É a completa degradação dos valores e do respeito para com a vida humana. A lei deixou de ser bússola orientador­a da acção humana, por apenas beneficiar, branquear, os actos ilícitos dos poderosos.

O regime retirou do léxico o alcance e nobreza da ética, moral e reputação ilibada, daí “condecorar, como heróis, assassinos do maior genocídio, como o 27 de Maio de 1977” e nomear, muitos juízes sem reputação e competênci­a jurídica, para dirigir tribunais e “fazerem justiça, não em nome do povo, mas do regime e chefe, que os corrompe com mordomias”. A lógica de banalizar a honestidad­e e preservar a roubalheir­a e corrupção de muitos larápios, que ocupam, como “magistrado­s” os corredores do poder, são crimes imprescrit­íveis e insusceptí­veis de amnistia, inseridos no genocídio, que os levará mais cedo do que tarde a responder nos bancos dos tribunais.

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