MPLA ACUSADO DE APODRECER TUDO EM QUE TOCA (II)
PRESIDÊNCIAS CRIMINOSAS
suas funções ou fora destas”. O vertido significa incompetência, “in prima facie” da PGR constituir arguida a magistrada, por não ter ninguém de igual categoria, para instruir o seu processo, salvo o Procurador-geral, mas este cessou o mandato e já não pode praticar actos de instrução.
É grave quando a PGR não sabe das suas competências e fazendo tudo para agradar o chefe, não se importa de espezinhar a Constituição e as leis, incluindo as internas que gerem o seu dia-a-dia. Na verdade, este comportamento é uma trombeta na espinha dorsal do sistema judicial, cada vez mais humilhado e na sola do poder executivo, só visto como normal e aceitável em regimes anacrónicos, onde a Constituição e a lei são vilipendiadas e os magistrados, quando descartados, atirados às feras, para degustação da corte.
Presidências vergonhosas deveriam (ou deverão), um dia, ser julgadas, num Tribunal Internacional, não no discriminador e racista de Haia, mas num localizado, eventualmente, no Egipto, nos antigos Reinos do Kongo, Mali ou Etiópia.
Os magistrados serão africanos, independentes, com higiene jurídico-intelectual, comprometidos com o Direito Consuetudinário (Tradicional-africano) e internacional, para julgar, ao abrigo do justo processo legal, todos quantos, enquanto dirigentes, conscientemente, colocaram (e colocam), de forma premeditada e dolosa, os respectivos povos a uma brutal “opressão e escravidão alimentar”, quando os países e continente são ricos em terras aráveis e água abundante. Infelizmente, a maioria dos 20 milhões de pobres angolanos e outros tantos africanos, não têm, por má gestão das finanças públicas, três refeições ao dia, educação e saúde de qualidade, capaz de os impedir de sonhar com emigração para o ocidente. Em Angola, todos os dias, jovens formados, com emprego e casa, fazem filas nas principais embaixadas europeias, para obter um visto de emigração na busca de melhores condições de vida, mesmo que seja para regredir na carreira... É injustificável que desde a proclamação da independência de Angola, em 1975, os ricos angolanos e africanos, sejam considerados ladrões, corruptos, ditadores e assassinos, que tenham os milhões de dólares, delapidados ao erário público, depositados em bancos da Europa e dos Estados Unidos, tendo estes consciência de ser dinheiro ilícito, mas vindo de corruptos, entra como limpo, por estes cumprirem o desígnio de colocação dos cidadãos autóctones à sede e fome e as riquezas nas mãos de investidores estrangeiros. Só quando estes já não servirem é que o dinheiro passa a SUJO e de SANGUE, na velha hipocrisia e cumplicidade dos países ocidentais.
Estas práticas são autênticos crimes contra a Humanidade, quer de uns (OCIDENTE) como de outros (LÍDERES AFRICANOS), ao negarem a auto-suficiência alimentar, a industrialização, a independência imaterial, lideranças fortes e a consolidação de verdadeiras democracias em África. Se houvesse outro tipo de governantes, seguramente, não aceitariam a humilhante ajuda financeira da Europa, Estados Unidos e ONU, sua expressão maior, na Cimeira de Addis Abeba (17-19.02.23), distante da bilionária, entregue, todos os dias à Ucrânia, numa clara e sub-reptícia demonstração do sentimento de escravatura e colonização, que perdura e vê África como fonte de matérias-primas brutas. Vejamos as contribuições: a) Banco Islâmico: 7 mil milhões de dólares; b) Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola - IFAD: 3 mil milhões de dólares; c) Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, USAID: 5 mil milhões de dólares; d) União Europeia: 4 mil milhões de dólares.
Isso representa em um ano pouco mais de 36 mil milhões de dólares, para 54 países, contra os mais de 100 mil milhões dos USA e 60 mil milhões de dólares, da União Europeia a um só país: Ucrânia, em um ano!
Aqui se vê a lupa discriminatória da nova versão colonial, que consegue mobilizar e transformar a mente de dirigentes complexados, alcandorados ao poder, pela força da ditadura e armas, fornecidas e apoiados pela cumplicidade dos novos espelhos ocidentais: Range Rover, Ferrari, Bucati, iates, mansões e contas milionárias, engordadas com dinheiro público espoliado à educação, saúde e comida, dos povos de Angola e restantes 53 países africanos. Infelizmente, para a maioria dos angolanos, o MPLA, partido no poder desde 1975, tem uma capacidade ilimitada para destruir os pilares do bem e navegar orgulhoso, nas sarjetas imundas da incompetência. Daí a indiferença em relação à vida humana de quem, no pedestal da humildade, vendo o contínuo definhar do país, levante a voz, hasteando a bandeira das LIBERDADES, ciente que as simples manifestações pacíficas, o regime dispara a matar, crianças, como o Rufino, mulheres como Joana Cafrique e Raquel Kalupe, os jovens Inocêncio da Mata e Sílvio Dala e, mais recentemente, o dia 14.02.23, oito jovens. Só uma nova aurora, com gente mais civilizada, comprometida com a vida humana e consciência republicana, poderá acabar com esta mortandade! Os guerrilheiros do MPLA ao “desembarcarem”, em 1974, em muitas vilas, concelhos e distritos, da então província de Angola, confrontaram-se com níveis de desenvolvimento, nunca reportados pela rádio guerrilheira: “Angola Combatente”, daí, que chegados ao poder, tenham tido a competência, incompetente de destruir tudo.
A ex-província ultramarina, apresentava níveis de país, rivalizando, com muitos europeus e africanos, antes independentes, como Suécia, Bélgica, Dinamarca, Egipto, Marrocos, Ghana, Zaire, Congo Brazzaville, Guiné Conacri, entre outros…
E, nessa diferença agro-industrial, ainda conheceram, tal era o sistema de administração urbana o jargão: “isso não é Congo”, indicando uma linha divisória do então desenvolvimento e respeito pela gestão da coisa pública, que hoje, século XXI, qualquer criança ou jovem ao ouvir, do avô ou pai, com nostalgia a recordação de antanho: “filho porta-te bem por causa do Estado”, ele responderá, na maior autoridade: “oh velho, isso foi no teu tempo, agora estes governantes roubam tudo do Estado e das nossas vidas”. É a completa degradação dos valores e do respeito para com a vida humana. A lei deixou de ser bússola orientadora da acção humana, por apenas beneficiar, branquear, os actos ilícitos dos poderosos.
O regime retirou do léxico o alcance e nobreza da ética, moral e reputação ilibada, daí “condecorar, como heróis, assassinos do maior genocídio, como o 27 de Maio de 1977” e nomear, muitos juízes sem reputação e competência jurídica, para dirigir tribunais e “fazerem justiça, não em nome do povo, mas do regime e chefe, que os corrompe com mordomias”. A lógica de banalizar a honestidade e preservar a roubalheira e corrupção de muitos larápios, que ocupam, como “magistrados” os corredores do poder, são crimes imprescritíveis e insusceptíveis de amnistia, inseridos no genocídio, que os levará mais cedo do que tarde a responder nos bancos dos tribunais.