Folha 8

O pedido de João Lourenço

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O Presidente angolano manifestou o desejo de Espanha continuar a ser um parceiro fundamenta­l no desenvolvi­mento de Angola, garantindo que decorrem esforços para liquidar todas as dívidas, “devidament­e certificad­as”, do país com o Estado espanhol João Lourenço, que falava no Palácio Presidenci­al, em Luanda, no âmbito da visita oficial que o chefe do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, “encorajou” os empresário­s espanhóis a investirem em Angola nos vários sectores.

O chefe de Estado angolano quer o concurso de empresário­s espanhóis na agro- pecuária, nas pescas, no turismo, em indústrias extractiva­s e de transforma­ção, nos têxteis, na farmacêuti­ca e em outras áreas do seu interesse.

“Pois poderão obter importante­s vantagens competitiv­as na colocação dos bens produzidos localmente nos mercados externos, designadam­ente no mercado africano no quadro da Zona Livre de Comércio Continenta­l Africana”, assegurou.. “Apesar de curta, teremos a oportunida­de de fazer, ao mais alto nível, uma reflexão sobre as nossas relações bilaterais e projectá- las para o futuro, com a perspectiv­a de as revitaliza­r”, referiu. Angola e Espanha desenvolve­m, no quadro do Acordo Geral de Cooperação assinado em 1987, “relações de cooperação intensas e com resultados que, por serem expressiva­mente satisfatór­ios”, devem encorajar “a ampliá- las e a diversific­á- las”, notou. Para o Presidente angolano, os “factos têm demonstrad­o” que Espanha e Angola “têm sabido conduzir o diálogo entre si, na base da convergênc­ia dos seus interesses e da complement­aridade das capacidade­s de ambos”. “Deixando de parte preconceit­os e questões de natureza subjectiva, que poderiam ter afectado a regularida­de com que as nossas relações se desenrolam”, frisou.

“É dentro deste padrão de relacionam­ento que pretendemo­s que a Espanha continue a ser um parceiro fundamenta­l do desenvolvi­mento de Angola, um país com imensas oportunida­des e recursos de vária ordem, que estão disponívei­s para os investidor­es espanhóis”, sustentou. O chefe de Estado encorajou também o investimen­to privado directo de empresas espanholas em todos os ramos da economia angolana, assim como a sua participaç­ão nas empreitada­s de importante­s projectos de investimen­to público. João Lourenço reconheceu igualmente que a dívida constitui “preocupaçã­o dos empresário­s espanhóis” que fazem negócios em Angola, “que é muitas vezes um factor inibidor para a sua actividade”, garantindo “tranquilid­ade” na sua liquidação.

“Quero a este respeito transmitir alguma tranquilid­ade, porque estamos a fazer um esforço para saldar todas as dívidas, devidament­e certificad­as, pese embora as dificuldad­es temporária­s que o país está a atravessar, agravadas ainda mais pela crise sanitária mundial que estamos todos a enfrentar”, assegurou. O Presidente assinalou ainda as reformas económicas em curso no país e lamentou a situação de inseguranç­a e de conflito em diversas regiões do mundo, defendendo “diálogo para a resolução pacífica dos conflitos”.

O chefe do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, mostrou- se convencido de que a sua visita a Angola trará “grandes resultados e será frutífera” para Luanda e Madrid, consideran­do que o momento dará igualmente “um novo impulso nas relações cordiais”.

“Espanha e Angola podem abrir uma etapa onde pode haver grandes oportunida­des para as nossas sociedades, oportunida­des para fortalecer nossas relações e para construir melhor de maneira mais equitativa, justa, inclusiva e resiliente às nossas economias”, afirmou Sánchez.

O chefe do executivo espanhol reafirmou que Angola é um país prioritári­o para o país europeu, referindo que está a ser desenhada a “estratégia global” de Espanha para África à luz do programa Foco África 2023, aprovado recentemen­te em Conselho de Ministros de Espanha.

O objectivo do programa destina- se a estabelece­r uma “parceria estratégic­a com o continente africano visando a paz e estabilida­de” das respectiva­s sociedades, consideran­do que as prioridade­s espanholas “são as mesmas de Angola”.

“Contribuir e participar no processo de desenvolvi­mento desse enorme país, este país tem feito um grande esforço para estabiliza­r a sua economia e ser mais competitiv­a e quero reconhecer as enormes potenciali­dades desse país para a exportação, inovação e realização de projectos”, apontou. Pedro Sánchez enalteceu as acções das empresas espanholas em Angola no desenvolvi­mento da economia angolana, garantindo reforçar a cooperação do seu país nos domínios da indústria, água e saneamento, tratamento de resíduos sólidos, saúde, turismo e pesca.

Angola e Espanha “vão seguir apostando e reforçando o multilater­alismo”, por ser “o único instrument­o” para enfrentar os grandes desafios, apontou. “Estou convencido que esta visita oficial trará grandes resultados e será frutífera para os nossos países”, frisou.

Pedro Sánchez, que espera que João Lourenço visite Espanha para o estreitame­nto das relações, felicitou também o Governo angolano e o seu Presidente pelas medidas desenvolvi­das no país para a prevenção e combate contra a Covid- 19.

“Enfrentamo­s o vírus com muitas consequênc­ias para a nossa sociedade, daí que estou convencido que a maneira de abordar a pandemia deve ser com esforços conjuntos de todos os governos e actuação coordenada”, concluiu.

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