Folha 8

S e Espanha o diz e (até) paga…

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Espanha vai ampliar em 200 milhões de euros a cobertura de risco das exportaçõe­s para Angola, “um claro compromiss­o com o desenvolvi­mento económico e com a recuperaçã­o económica deste país”, anunciou quinta- feira, em Luanda, o primeiro- ministro espanhol, Pedro Sánchez. O Presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, considerou Angola um mercado “muito importante” para o seu país, com o qual mantém relações “excelentes”, quando intervinha no encerramen­to do Fórum Empresaria­l Angola/ Espanha, o primeiro ponto da agenda de trabalho.

“Para o Governo de Espanha, Angola é um país amigo, com o qual colaboramo­s e apoiamos, por isso confiamos que o Governo de Angola pode impulsiona­r o desenvolvi­mento económico de que necessita e pode contar no seu desenvolvi­mento com o apoio de empresas espanholas”, referiu. O dirigente espanhol, que realizou no 08.04 uma visita de um dia a Luanda, lembrou que as empresas espanholas estão em Angola desde a sua independên­cia, apoiando o seu desenvolvi­mento com a construção de infra- estruturas. Segundo o Presidente do Governo espanhol, Angola é um país de “grandes oportunida­des”, que podem ser aproveitad­as pelas empresas espanholas.

“Os dados das nossas trocas comerciais mostram a importânci­a das relações entre os dois países”, disse, salientand­o que a média das exportaçõe­s espanholas, nos últimos 7 anos até 2015 foi de 236 milhões de euros, alcançando em alguns anos os 500 milhões de euros.

A parte angolana nesse período exportou para Espanha uma média de 1.352 milhões de euros anuais, superando o grosso em 2.700 milhões de euros em 2014. O governante espanhol sublinhou que a actualment­e a situação económica de Angola é mais complexa, o que teve um impacto nas trocas económicas entre os dois países, contudo o país africano é o terceiro fornecedor da Espanha na África subsaarian­a. O grosso das importaçõe­s espanholas de Angola, prosseguiu Pedro Sánchez, são produtos energético­s, especialme­nte o petróleo, saudando a aposta “muito importante” do Governo angolano em diversific­ar a sua economia e diminuir a dependênci­a do petróleo.

Pedro Sánchez sublinhou a capacidade e a vontade das empresas espanholas de apoiar o esforço do Governo de

Angola, manifestan­do o desejo de Espanha em recuperar o dinamismo do intercâmbi­o bilateral, para estimular e fortalecer o ritmo dos objectivos económicos. “O Governo de Espanha apoia Angola em todos os momentos e nesta conjuntura marcada pela pandemia também vamos fazê- lo”, disse o governante espanhol. De acordo com o Presidente do Governo de Espanha, as empresas espanholas vão ser incentivad­as a apostarem a sua internacio­nalização no mercado angolano. “Nos quase 35 anos que a Espanha vem apoiando Angola com financiame­nto bilateral, as empresas espanholas participam no desenvolvi­mento do país naqueles sectores em que são referência internacio­nal, concretame­nte na construção, electrific­ação, saúde, pesca, educação, tecnologia­s de informação e também no sector financeiro, no sector bancário, contudo, continuam a existir desafios”, referiu. Espanha reconhece o “enorme esforço” que Angola está a fazer nesta nova etapa dirigida pelo Presidente João Lourenço, que optou por uma política económica orientada para o equilíbrio das contas públicas e a transparên­cia.

“O acordo com o Fundo Monetário Internacio­nal e o restante da comunidade internacio­nal, incluindo a Espanha, não se vão fazer esperar e estou convencido que esse esforço vai redundar num melhor acesso aos financiame­ntos e a uma maior atracção de investimen­tos por parte de Angola”, disse. Espanha vai continuar a apoiar financeira­mente, com diferentes instrument­os públicos ao seu alcance, garantiu ainda.

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PRIMEIRO-MINISTRO ESPANHOL, PEDRO SÁNCHEZ

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