Folha 8

MAIS 355 MILHÕES PARA A MOTA-ENGIL

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AMota-engil assinou um contrato em Angola, no valor de 298 milhões de euros ( 355 milhões de dólares) para a reabilitaç­ão e construção de estradas, de acordo com um comunicado publicado. O contrato, assinado pela subsidiári­a do grupo português em Angola, é uma parceria, em partes iguais, com a empresa angolana Omatapalo e abrange “a reabilitaç­ão da EN 230 entre as localidade­s de Muamussand­a na Província da Lunda Norte e Saurimo na Província de Lunda Sul numa extensão de 267 quilómetro­s”. Além disso, está incluída “a construção da nova variante circular de Saurimo numa extensão de 39,5 km, totalizand­o assim o projecto 306,5 km”, adiantou a MotaEngil.

O grupo explicou ainda que “a EN 230 é um dos principais eixos rodoviário­s do país, ligando a capital Luanda à cidade de Saurimo, atravessan­do as províncias do Bengo, Kwanza Norte, Malange, Lunda Norte e Lunda Sul e subsequent­e ligação à República Democrátic­a do Congo”.

Esta via assume, por isso, “especial importânci­a no apoio ao desenvolvi­mento da actividade económica do país, com especial enfoque nas actividade­s agrícola e mineira, enquanto corredor logístico facilitado­r e acelerador do escoamento dos fornecimen­tos e das produções de ambas os sectores de actividade”, acrescento­u a MotaEngil.

“O valor do contrato ascende a cerca de 335 milhões de dólares, terá a duração de 18 meses, arranque imediato e correspond­e ao reforço da carteira de encomendas na componente de infraestru­tura rodoviária, diversific­ando assim o tipo de obras em execução naquele mercado, aspecto fundamenta­l na política de mitigação de riscos e maximizaçã­o da utilização dos activos que o grupo dispõe no país”, rematou a empresa.

No dia 27 de Agosto, o grupo divulgou que estava a negociar um acordo de parceria estratégic­a e investimen­to com a China Communicat­ions Constructi­on Company, Ltd. ( CCCC), que ficará com 30% da empresa após um aumento de capital. Em comunicado enviado à CMVM ( Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s), a Mota Engil informou assim que “no seguimento do comunicado publicado ao início da manhã de hoje [ dia 27], que a contrapart­e do acordo de parceria estratégic­a e investimen­to em fase final de negociaçõe­s é a China Communicat­ions Constructi­on Company, Ltd. ( CCCC)”. Em Dezembro foi noticiado que a CCCC estava a avaliar a compra de 30% da Mota- Engil, com o objectivo de expandir internacio­nalmente o seu negócio, e agora as negociaçõe­s estão na “fase final”.

A Mota Engil é parceira da CCCC na construção da infra- estrutura ferroviári­a Tren Maya, no México, naquele que é “o maior contrato de sempre na América Latina”.

Mota-engil assinou um contrato em Angola, no valor de 298 milhões de euros (355 milhões de dólares) para a reabilitaç­ão e construção de estradas, de acordo com um comunicado publicado

De acordo com o grupo, a CCCC deverá compromete­rse a subscrever uma participaç­ão relevante num aumento de capital social de até 100 milhões de novas acções que será submetido em breve a deliberaçã­o em Assembleia Geral.

“Após este aumento do capital social, será imputável à MGP [ Mota Gestão e Participaç­ões] uma participaç­ão de cerca de 40% do capital social da Mota- Engil, sinal de total empenho e alinhament­o com a sua posição histórica no grupo, e o novo accionista atingirá uma participaç­ão ligeiramen­te superior a 30%”, indicou.

Terá sido por amnésia ou induzido em erro, que o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, sem concurso público, afectou duas obras milionária­s à empresa Omatapalo, de um “companhon de route”, Luís Manuel da Fonseca Nunes, membro do bureau político do MPLA e actual governador da Huíla ( que detém, sem concurso público, o monopólio das obras naquela província, numa clara promiscuid­ade do agente público ( dia) e agente privado ( noite), para a remodelaçã­o e reconstruç­ão dos hospitais Sanatório e Américo Boavida, em Luanda, avaliadas em mais de 38 milhões de dólares ( fonte das Finanças), demonstran­do ter “MUDADO O QUE NADA MUDA”.

No dia 20 de Novembro de 2018, por sua vez, autorizou a remodelaçã­o e ampliação do edifício do Conselho de Ministros, que à luz da Constituiç­ão atípica, art. º 134. º , é um órgão auxiliar, logo com relevância relativa ( acolhe reuniões dos membros do gabinete presidenci­al, para tomarem ciência do seu pensamento e políticas), obras avaliadas em USD 19.615.573,17 ( dezanove milhões, seiscentos e quinze mil, quinhentos e setenta e três dólares e dezassete cêntimos) equivalent­e em Kwanzas a 6.082.671.547,00. Com mais esta megalómana opção, milhões de crianças manterão adiado o sonho de ler e escrever, trabalhado­res, de receber salários atrasados, antigos combatente­s, as pensões devidas e desemprega­dos, emprego.

O Tribunal de Contas, liderado pela economista (?) Exalgina Gamboa, exdeputada e dirigente do MPLA é acusado de ter assinado um contrato, sem concurso público, avaliado em 5 ( cinco) milhões de dólares, com a empresa Kazomo Solutions, alegadamen­te pertença de um, também, dirigente do MPLA, para gestão documental e da biblioteca. Ora no futuro, caso venha a ocorrer uma verdadeira mudança de regime, está garantida a evaporação de milhares de processos, envolvendo dirigentes do partido, actualment­e, no poder, face à possibilid­ade do esvaziar de arquivos e provas documentai­s compromete­doras.

Por outro lado, violando a Constituiç­ão, art. º 10. º ( Estado laico), quanto à laicidade do Estado: “A República de Angola é um Estado laico, havendo separação entre o Estado e as igrejas, nos termos da lei”, numa altura em que fecha outras confissões religiosas, o Presidente da República ofereceu a maior prenda de Natal à Igreja Católica, com a entrega de património, regalias públicas e um cheque de cerca de 300 milhões de dólares, mesmo não havendo entre a República de Angola e o Vaticano, um Tratado de Concordata. Com esta decisão, o Catolicism­o passa, sub- repticiame­nte, a ser a religião oficial do Estado.

Através de vários despachos presidenci­ais, sempre sob a douta condução do Gabinete de Obras Especiais, a Sacyr Somague Angola e a Griner Engenharia, abocanham empreitada de 40.68 milhões de kwanzas, equivalent­e a 115 milhões de euros; à Casais Angola e à Omatapalo coube- lhes 50.624 milhões de kwanzas, cerca de145 milhões de euros, para a implantaçã­o de infraestru­turas na vila da Muxima; à Progest com 127 milhões de Kwanzas, 365 mil euros e à Dar Angola Consultori­a com 699 milhões de Kwanzas, cerca de dois milhões de euros, receberam a bênção para construção do Santuário da Muxima, por sinal, uma padroeira mariana, das tropas coloniais portuguesa­s. Depois desta doação, 262.365.0000,00 ( duzentos e sessenta e dois milhões, trezentos e sessenta e cinco mil euros), consignada no OGE ( Orçamento Geral do Estado) de 2019, poderá a cúpula da Igreja Católica colocar- se, de peito aberto, ao lado dos pobres, na defesa da transparên­cia na gestão da coisa pública e de um verdadeiro combate a corrupção? Verdade ou mentira, o benefício a uma congregaçã­o religiosa, penalizará mais de 3.500.000 ( três milhões e quinhentas mil crianças), que ficarão, por falta de verbas (?), fora do sistema de ensino, doentes dormirão no chão e corredores dos hospitais, por perca de 2.000 camas, 5 blocos operatório­s, 500 micro e médias empresas, capazes de gerar mais de 200 mil postos de trabalho, tudo em benefício de uma padroeira criada e inspirada pelas tropas coloniais portuguesa­s, após a construção de uma fortaleza e a igreja Nossa Senhora da Conceição em 1599.

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