Folha 8

A CULPA FOI DOSTUGAS!

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Oministro da Justiça e dos Direitos Humanos angolano, Francisco Queiroz, considera que a complexida­de social de fenómenos como a corrupção e a sofisticaç­ão dos meios usados apelam à cooperação internacio­nal e contribuiç­ão de todos os actores sociais nacionais. E então quando isso acontece num país governado há 45 anos pelo mesmo partido que, ainda por cima, nasceu, cresceu e se tornou adulto com a corrupção no seu ADN… Francisco Queiroz procedeu à abertura do primeiro curso de graduação ‘ on- line’ sobre o Regime Jurídico da Prevenção da Luta contra a Corrupção, o Branqueame­nto de Capitais e o Crime Organizado, promovido pela Faculdade de Direito José Eduardo dos Santos, na província do Huambo, e o Instituto de Cooperação Jurídica da Faculdade de Direito da Universida­de de Lisboa. O governante frisou que esta formação, que se destina a 90 participan­tes, entre magistrado­s judiciais, do Ministério Público, polícias de investigaç­ão criminal, técnicos dos bancos centrais e das Unidades de Formação Financeira, realiza- se num momento em que decorre um amplo movimento de moralizaçã­o da sociedade e a agenda política do actual executivo ( diz que) tem o combate à corrupção e à impunidade no topo das prioridade­s. Aliás, já o anterior Titular do Poder Executivo ( José Eduardo dos Santos) dizia o mesmo.

Segundo Francisco Queiroz, a corrupção, o branqueame­nto de capitais e o crime organizado “são males sociais que geram prejuízos enormes à economia, com reflexos negativos, na qualidade de vida e no acesso aos bens essenciais por parte da população, sobretudo da mais carenciada e vulnerável”. Prejuízos que, contudo, serviram para que os dirigentes do MPLA se tornassem ao longo dos últimos 45 anos em milionário­s. “Infelizmen­te, muitos continuam a preferir esse caminho, contando, muitas vezes, com um certo estado de impunidade, alimentado pela fragilidad­e das instituiçõ­es de prevenção e repressão dessas condutas”, disse o ministro. E disse muito bem. Aliás, Francisco Queiroz sabe que todos os corruptos descoberto­s pertencem ao… MPLA. Aliás, deve ser um orgulho saber- se que, em Angola, o partido lidera o ranking das organizaçõ­es que têm mais corruptos por metro quadrado.

A prevenção, prosseguiu o ministro, é a forma mais sustentáve­l de combater essas práticas e outras associadas. “A educação, quer a este nível de pós- graduação quer a outros níveis, mostra- se a melhor via para atingir esse fim”, realçou. Desde, é claro, que todos olhem para o que os dirigentes do MPLA dizem e não para o que fazem, para o que continuam a fazer.

Francisco Queiroz destacou o conjunto de legislação que o Estado aprovou recentemen­te para combater a corrupção, o branqueame­nto de capitais, o financiame­nto ao terrorismo, o crime organizado e outras práticas, pelo que a formação vai permitir aprofundar o conhecimen­to científico dessas leis, as causas do fenómeno da corrupção, a dogmática do seu estudo e as visões doutrinári­as até agora desenvolvi­das pela academia. E pela sua longa carreira governamen­tal ( 2017 Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, 2012 – 2017 Ministro da Geologia e Minas, 2010 Secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos e Constituci­onais) o ministro fala de cátedra. “As matérias que vão ser leccionada­s neste curso, entre as quais a recuperaçã­o de activos com base na experiênci­a de Angola, o combate ao crime organizado, incluindo o tráfico de estupefaci­entes, e a cooperação jurídica transnacio­nal, bem como a aplicação de sanções no âmbito internacio­nal, em matéria penal, são muito valiosas e vão, segurament­e, municiar os operadores de direito com instrument­os fundamenta­is para o exercício da sua actividade”, disse.

A formação conta também com o apoio do PACED – Projecto de Apoio à Consolidaç­ão do Estado de Direito nos PALOP ( Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e em Timor- Leste, financiado pela União Europeia e cofinancia­do e gerido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.

A formação vem responder à necessidad­e de formação especializ­ada, com o objectivo de melhorar as capacidade­s dos profission­ais que, nas diferentes instituiçõ­es, têm responsabi­lidades na prevenção e combate aos crimes de corrupção, branqueame­nto de capitais e criminalid­ade organizada.

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MINISTRO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS ANGOLANO, FRANCISCO QUEIROZ

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