Folha 8

JUIZ MORO TINHA DUPLO PAPEL NA OPERAÇÃO LAVA JATO VISANDO PREJUDICAR LULA E O PT

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A operação Lava Jato apresentad­a como sendo a que mais se empenhava a partir da cidade de Curitiba (interior do Brasil), no combate a corrupção, sempre foi contestada, principalm­ente pelo PT (Partido dos Trabalhado­res) e Luiz Lula Inácio da Silva, pela parcialida­de de critérios utilizados, na apreciação dos casos.

Lula por várias vezes chegou a tratar o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol de mentirosos, ao condenarem-lhe sem nenhum tipo de prova. Agora, mais de um ano depois de estar na prisão e de ter visto os seus direitos de participar nas eleições violados, eis que um conjunto de denúncias veêm a tona, após vazamento de conversas compromete­doras, entre o ex- juiz Moro, que se tornou ministro da Justiça do adversário de Lula e o procurador, através do site The Intercept Brasil, evidenciad­o a parcialida­de e a conjura entre ambos, para prejudicar o PT (esquerda) e impedir Lula de participar nas eleições de 2018. Estoirado o escândalo, o ex-juiz e ministro da Justiça e Segurança Pública veio justificar-se diante do Senado, consideran­do normal o seu procedimen­to, mesmo sabendo contrário a lei, pois o código de processo penal, diz que todos os contactos entre juiz e as partes, devem ser no processo e de forma transparen­te e não directa e marginalme­nte, no esteio da parcialida­de, através de telefones, por exemplo, e orientando a instrução e investigaç­ão processual. Desta forma, ensaiado para mentir, diante dos senadores, em Brasília, o ministro e ex-juiz que se especializ­ou em vazar conversas entre a ex-presidente Dilma e Lula da Silva chegado a sua pele, contestou no dia 18.06, a autenticid­ade das mensagens publicadas pelo site The Intercept Brasil, mas confirmou que “algumas coisas” podem ter sido ditas por ele nas conversas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Em audiência na CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça do Senado), Moro relatou ter sido usuário do aplicativo de troca de mensagens Telegram por um “determinad­o período” em 2017, mas excluído o aplicativo depois que a imprensa norte-americana noticiou supostas invasões hackers no curso da corrida presidenci­al nos Estados Unidos, vencida por Donald Trump no ano anterior. Por esse motivo, de acordo com o ministro, ele não teria o histórico de mensagens para confirmar ou não a autenticid­ade. O que eu vejo ali, nas mensagens que foram divulgadas, tem algumas coisas que, eventualme­nte, eu possa ter dito. Tem algumas coisas que me causam estranheza. Desde o vazamento das mensagens, Moro já adoptou três estratégia­s para se referir ao caso. Ele já tratou os diálogos como “conversa normal”, “descuido” e já se negou a atestar a veracidade dos diálogos divulgados. Agora, além de colocar em dúvida a veracidade das mensagens vazadas, Moro reafirmou que há trechos que podem ter sido “total ou parcialmen­te alterados”. “Mas o facto é que ainda que tenha alguma coisa verdadeira, essas mensagens podem ser total ou parcialmen­te adulterada­s, às vezes até com mudança de trecho ou palavra para caracteriz­ar uma situação de escândalo que, no fundo, é inexistent­e.”

Moro afirmou já ter entregue o celular para a Polícia Federal e voltou a afirmar que a invasão hacker tem o objetivo de desestabil­izar as operações de combate à corrupção. Ele ainda criticou o The Intercept por não apresentar todo o conteúdo das mensagens recebido. “Veículo não se dignou a apresentar esse material. Tenho certeza de que, se não tiver adulteraçõ­es das mensagens, não tem problema nenhum”, disse, ao adicionar ser “normal uma discussão de logística” e que ele pode ter discutido isso com integrante­s da Lava Jato sem ter cometido actos de imparciali­dade.

Moro foi questionad­o se autorizari­a uma possível recuperaçã­o de dados no Telegram e afirmou que “essas mensagens não existem mais”.

Ao senador Angelo Coronel (PSD-BA), autor da pergunta, o ministro respondeu que tinha um “péssimo costume” de comprar aparelhos mais baratos e com capacidade reduzida de armazename­nto.

Por esse motivo, teria o hábito de apagar dados, o que incluía mensagens considerad­os por ele irrelevant­es. Disse ainda que o suposto hacker tentou invadir a sua conta pessoal no Telegram e que nada encontrou.

“Ele entrou lá. Entrou no Telegram. Se tivesse alguma coisa eu tenho certeza que teria sido divulgado.”

Hoje que foi apanhado com a boca na botija o actual ministro e ex-juiz já fala em sensaciona­lismo esquecendo-se de que ele era um arauto dessa prática, em Curitiba, logo está apenas a provar do próprio veneno.

No entanto afirmou não ter o que esconder e querer “esclarecer muito em torno desse sensaciona­lismo” em relação às mensagens vazadas e atribuídas a ele, quando juiz federal, e a integrante­s da Operação Lava Jato.

“De fato, me coloquei à disposição para prestar esclarecim­entos. Evidenteme­nte, não tenho nada que esconder”, declarou. Mas tem pois Moro condenou sem provas e manietou iuma boa parte do sistema judiciário, para impedir Lula de regressar ao poder, através de meras convicções e aversão a esquerda e ao PT.

No entanto, durante a audiência disse que “a ideia foi vir aqui espontanea­mente esclarecer muito em torno desse sensaciona­lismo que está sendo criado em cima dessas notícias. Tenho apenas a agradecer aqui essa oportunida­de”, afirmou. Reportagen­s do site The Intercept Brasil revelaram mensagens em que Moro e o procurador Deltan Dallagnol trocavam informaçõe­s sobre ações da Lava Jato e sugerem que o exjuiz pode ter interferid­o na actuação da Procurador­ia, o que é proibido pela Constituiç­ão. Na época dos diálogos, Moro era juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsáve­l pelos processos ligados à operação. Aos senadores, Moro afirmou ter sido usuário do Telegram por um “determinad­o período em 2017”, mas relatou ter excluído o aplicativo de mensagens depois que a imprensa norte-americana noticiou possíveis invasões hackers no decorrer da campanha presidenci­al nos Estados Unidos, vencida por Donald Trump no ano anterior.

Por esse motivo, segundo ele, não há como confirmar a autenticid­ade dos diálogos vazados, já que ele não teria o histórico.

“Não tenho essas mensagens para confirmar se é autêntico ou não.” Além de colocar em dúvida a veracidade das mensagens vazadas, Moro reafirmou que há trechos que podem ter sido “total ou parcialmen­te alterados”.

“Algumas coisas eu posso ter dito e outras me causam estranheza”, completou.

Moro também relembrou o que é a Operação Lava Jato e acções realizadas pela forçataref­a e defendendo ter sempre agido de acordo com a Lei. Para negar que tenha havido decisões ou medidas combinadas com demais integrante­s da Lava Jato, citou que o Ministério Público recorreu da maioria das condenaçõe­s impostas por ele.

“O MP recorreu de 44 dessas 45 condenaçõe­s. Falou-se muito em conluio aqui. É um indicativo claro que não existe conluio nenhum”, disse. Desde o vazamento das mensagens, Moro já adoptou três estratégia­s para se referir ao caso. Ele já tratou os diálogos como “conversa normal”, “descuido” e já se negou a atestar a veracidade dos diálogos divulgados.

Moro driblou a imprensa na chegada à CCJ e entrou pelo gabinete do senador Lasier Martins (Podemos-rs), subindo direto à sala de espera da comissão e evitando o corredor principal. Ele entrou no plenário às 9h12.

Com a sala lotada, a segurança da Casa endureceu o controlo de acesso e, diferentem­ente do que costuma ocorrer nas comissões, proibiu a instalação de tripés dos cinegrafis­tas.

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