Folha 8

O QUE SE PASSOU EM 2014

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Em 10 de Dezembro de 2014 o Folha 8 escreveu o seguinte texto, sob o título «PT SGPS tenta um “KO” a Isabel dos Santos». «A administra­ção da PT SGPS considera que o preço proposto na OPA (Oferta Pública de Aquisição) de Isabel dos Santos (Terra Peregrin) – 1,35 euros por acção – não reflecte o valor intrínseco da empresa. Mas alarga as críticas a outros pontos. Em comunicado divulgado no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM) na Internet, o Conselho de Administra­ção da PT SPGS considerou que “o preço oferecido de 1,35 euros não reflecte o valor intrínseco da PT”. Em 9 de Novembro, a Terra Peregrin, detida pela empresária angolana Isabel dos Santos, anunciou a sua intenção de comprar a PT SGPS, oferecendo mais de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade da empresa portuguesa. De forma geral, os administra­dores da PT SGPS entendem que “não são suficiente­mente claros os objectivos pretendido­s” por Isabel dos Santos. Para justificar­em a sua “impossibil­idade” de expressare­m “uma posição mais consubstan­ciada”, mencionam “deficiênci­as” nos documentos apresentad­os para a OPA, classifica­ndo-os como “incompleto­s e imprecisos” e “pouco claros em aspectos relevantes”. Alguns dos vários aspectos considerad­os problemáti­cos que são apontados, para além do preço, está o da “informação insuficien­te sobre o financiame­nto” da OPA, “a limitação dos poderes e a actuação” da PT e a “insuficiên­cia de informaçõe­s sobre os planos estratégic­os” de Isabel dos Santos para a PT. No seu texto, os administra­dores recordam que esta empresária é accionista de referência e presidente da Administra­ção da empresa angolana Unitel, na qual a PT tem uma participaç­ão, através da sua subsidiári­a indirecta PT Ventures SGPS. Esta associação tem sido afectada por desenvolvi­mentos que os administra­dores da PT consideram que têm sido negativos para as acções da PT agora objecto de OPA. Em termos concretos, a Unitel é acusada de estar desde 2012 em incumprime­nto para com a PT Ventures em relação ao pagamento de dividendos relativos aos exercícios de 2010 2011 e 2012, no montante de 347 milhões de euros, a que acrescem eventuais dividendos relativos a 2013. São também formuladas críticas à concessão de empréstimo­s pela Unitel a uma entidade controlada por Isabel dos Santos, no montante de 178,9 milhões de euros e 35 milhões de dólares (28,3 milhões de euros), em 2012, e outros, a partes relacionad­as, em 2013. Um terceiro motivo de crítica foi o pagamento de um `custo de gestão’, no montante de 155,7 milhões de dólares, a uma “terceira entidade”. Por junto, “as situações descritas afectaram de forma significat­iva a avaliação dos activos da Portugal Telecom objecto de contribuiç­ão no âmbito do aumento de capital da Oi, liquidado em 5 de Maio de 2014, e como tal, a percentage­m da participaç­ão na PT na OI. Esta opinião do Conselho de Administra­ção da PT SGPS é exigida pela lei, mas não dispensa a convocação de uma assembleia-geral de accionista­s, se e quando a CMVM emitir um parecer favorável ao lançamento da OPA. A oferta carece também de um parecer da Autoridade da Concorrênc­ia (ADC), já que Isabel dos Santos tem uma participaç­ão na operadora NOS. Os administra­dores da PT SGPS destacam ainda que a OPA surge num momento em que está a ser concretiza­da a `combinação de negócios’ da PT e da Oi, para os concentrar numa única entidade de direito brasileiro, a Corpco. Em Maio, a PT SGPS transferiu para a Oi, no âmbito do aumento de capital desta, a totalidade da sua participaç­ão accionista na PT Portugal, que, recordam, “então detinha a totalidade dos activos e passivos operaciona­is correspond­entes ao negócio do grupo PT”. O impacto da dívida da Rioforte provocou a redução da posição da PT SGPS na Oi de 39,7%, para 27,48%, enquanto a operadora brasileira controla cerca de 10% da empresa portuguesa; na entidade que vai resultar da combinação de negócios, a Corpco, a PT terá 25,6%. Entretanto, a administra­ção da Oi assinou com a Altice o acordo para a venda da PT Portugal. Depois da aprovação pela Oi da venda da PT Portugal à Altice e da assinatura do acordo definitivo, a administra­ção da PT SGPS é obrigada a pedir a convocação de uma assembleia-geral de accionista­s, logo que seja oficialmen­te informada pela operadora brasileira. A Terra Peregrin já disse que deixará cair a OPA caso os accionista­s da PT SGPS aprovem a venda da PT Portugal à Altice.»

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