NÃO EXISTE LAVANDARIA QUE BRANQUEIE ESTE GENOCÍDIO!
Étalvez a mais trágica memória de assassinatos em Angola. No dia 27 de Maio de 1977, recordo, eu era refugiado na então República do Zaire (actualmente, República Democrática do Congo), por causa da intolerância e do conflito ainda hoje reinantes em Cabinda, numa altura em que a então classe política dominante em Angola preparava a fórmula para que todo angolano fosse partidário do MPLA, até ao ponto de os angolanos se verem perante o facto de que só podiam viver para a produção do socialismo ditada pelo regime «en place». O Ano é chamado «Ano da Fundação do Partido e da Produção para o Socialismo”. Recordo que, neste dia, o mundo se referia a Angola como um país em que se operava a «tirania da ideologia política» do MPLA contra o «fraccionismo». No próprio dia 27 de Maio, Agostinho Neto afirmou: «Não haverá perdão nem para esses aliados da reacção. Nós vamos proceder duma maneira firme e dura». Dava, assim, início a um período de «ortodoxia e choques violentos», de «ódios radicas» à volta do «27 de Maio de 2017», um período de barbárie: assassinatos atrozes de angolanos, como nunca antes o próprio colono; crime de genocídio, segundo outros, melhor inspirados. É caso para dizer: «A grande peste destes anos de independência em Angola», sobretudo pelo terror e fulgor, pela incrível crueldade dos ideólogos do regime, que perseguem e condenam à morte cidadãos por delito de opinião, práticas essas próprias a um Estado totalitário.