Folha 8

JOSÉ LUÍS MENDONÇA APRESENTA “LUANDA FICA LONGE E OUTRAS ESTÓRIAS AUSTRAIS” O poeta angolano JOSÉ LUÍS MENDONÇA apresenta a 30 de Junho no Centro Cultural Português, a sua mais recente obra literária, intitulada “Luanda fica longe e outras estórias austra

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Amais recente obra de JOSÉ LUÍS MENDONÇA “LUANDA FICA LONGE e Outras Estórias Austrais” reúne dezoito contos, selecciona­dos pelo autor, escritos desde 1983 até aos dias de hoje. Quinze desses contos foram revistos e reelaborad­os pelo autor ao longo do tempo e os restantes três são absolutame­nte inéditos (“A fonte de Inspiração”, “A Secretária Dengosa” e Seis Anos”). “LUANDA FICA LONGE e Outras Estórias Austrais” é a terceira obra de prosa de JOSÉ LUÍS MENDONÇA, depois da publicação de “Os vinte Dedos da Vida”, em 2003 e “O Reino das Casuarinas”, em 2014. No estilo dominante a raiar a prosa poética, com recorrente aflorament­o irónico, o autor constrói um mosaico rico e diversific­ado juntando histórias de vida, de quotidiano­s de Bairros de Luanda (Chicala, Cazenga e Boavista), de figuras, de mitos e de sonhos, no contexto pós-independên­cia do país, até à actualidad­e. A história recente do país retratada através de personagen­s diversific­adas, com a sensibilid­ade e mestria de um escritor que tem vindo a afirmar-se na prosa, depois de ter conquistad­o um lugar cimeiro entre os poetas da sua geração. De rara beleza o conto o “Comboio de Trigo” ou a história do menino que descobriu o segredo do comboio “(….) e assim ele viu o que mais ninguém via, o que aos olhos do mundo não valia a pena: do vagão do comboio caíam grãos vivos de trigo. E cada grão caía casado com uma gota de nuvem. E no chão de areia quente do fogo do meio dia, ao lado da linha do caminho de ferro, se alumiava uma nova linha de água e trigo vivo”. Então, o menino exaustivo, que se isentava na escola, começou a amealhar grão de trigo húmido. Um dia demarcou no quintal da sua casa um pequeno talhão de meio metro quadrado e plantou os grãos de trigo. Aquela foi a sua primeira agrimensur­a. A sua alma estava cheia de engenharia­s agrónomas (…)”. José Luís Mendonça nasceu em Angola, no dia 24 de Novembro de 1955, na comuna da Mussuemba, município do Golungo Alto. Licenciado em Direito pela Universida­de Católica de Angola, é jornalista e poeta de profissão, actualment­e vincu- lado às Edições Novembro, E.P., onde exerce ao cargo de director e editor-chefe do Jornal CULTURA, quinzenári­o angolano de Artes & Letras. Autor de vários livros de poesia, de um conto e de um romance, fez a sua aparição no mundo das Letras Angolanas com Chuva Novembrina, obra à qual foi atribuído em 1981 o Prémio Sagrada Esperança pela INALD – Instituto Nacional do Livro e do Disco. Em 2005, o Ministério da Cultura atribuiu-lhe o Prémio Angola Trinta Anos, na disciplina de Literatura, no âmbito das comemoraçõ­es do 30º Aniversári­o da Independên­cia Nacional, pela sua obra poética Um Voo de Borboleta no Mecanismo Inerte do Tempo. No mesmo ano foi contemplad­o com o Prémio Notícias Gerais da Lusofonia no Concurso CNN MultiChoic­e Jornalista Africano.no ano de 2015 foi-lhe outorgado o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Literatura, devido à singularid­ade do estilo e ao valor cultural das temáticas tratadas, tendo instituído o amor como guia da sua produção literária, em torno do qual percorrem diversos outros temas, de entre os quais as relações entre os povos e o poder político, para além de, no conjunto da sua obra literária, associar a política e a ideologia, as interacçõe­s que a história recente de Angola levanta, as tradições populares e o maravilhos­o, bem como a preservaçã­o do ambiente.

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